BC fará leilão de títulos com resgate em 9 meses para acalmar mercados
https://i-invdn-com.akamaized.net/ne...PEA7A0K6_L.jpgDiante do forte aumento dos juros dos títulos públicos por conta da instabilidade no dólar , o Banco Central anunciou hoje que realizará nesta quinta-feira a venda de papéis públicos com compromisso de recompra daqui a 9 meses. A chamada operação compromissada é uma forma de permitir ao mercado comprar um papel prefixado (LTN ou NTN-F) ou com juro real prefixado mais inflação (NTN-B) com uma taxa menor diante da oportunidade de vender esse papel ao Banco Central de volta daqui nove meses.
Esse compromisso do BC elimina o risco de o comprador do título agora não encontrar compradores no fim do ano caso precise sair do papel. A medida ajudará especialmente fundos de investimentos que precisam ter títulos longos em suas carteiras, mas temem comprar um papel e depois não ter para quem vendê-lo no caso de resgates.
Permitirá também a alguns fundos saírem da armadilha que entraram ao apostar nas taxas prefixadas nos mercados de derivativos. Ao montar posições no mercado futuro em juros prefixados, esses fundos não têm como zerar suas posições pois o único comprador hoje é o Tesouro, que só compra NTN-F, e não contratos futuros. Com a oferta do BC, o fundo “aluga” o papel por 9 meses do Banco Central e o vende para o Tesouro, zerando assim sua posição. Com isso, o fundo para de pressionar os juros futuros para cima e para de influenciar as taxas dos papéis.
Estrategicamente, o vencimento da operação será em março, depois das eleições e da posse do novo presidente, quando o cenário político e econômico do próximo governo estará mais claro. Além disso, o cenário externo também deverá ser mais definido, especialmente com relação aos juros nos Estados Unidos.
A operação, que promove a venda de títulos públicos com compromisso de recompra no futuro, ocorrerá das 10h00 às 10h30, conforme informado pelo BC. Cada instituição financeira poderá adquirir, no máximo, 25% do valor de cada proposta aceita de um mesmo título ou vencimento.
A operação envolverá Letras do Tesouro Nacional (LTN, papéis prefixados que não pagam juros semestrais) para 1º/4/2019, 1º/7/2019, 1º/10/2019, 1º/1/2020, 1º/4/2020, 1º/7/2020, 1º/7/2021 e 1º/1/2022;
Notas do Tesouro Nacional, Série B (NTN-B, papéis que pagam juros mais a correção do IPCA) para 15/5/2019, 15/8/2020, 15/5/2021, 15/8/2022, 15/5/2023, 15/8/2024, 15/8/2026, 15/8/2028, 15/8/2030, 15/5/2035, 15/8/2040, 15/5/2045, 15/8/2050 e 15/5/2055;
e Notas do Tesouro Nacional, Série F (NTN-F, papéis prefixados com juros semestrais) para 1º/1/2021, 1º/1/2023, 1º/1/2025, 1º/1/2027 e 1º/1/2029.
O preço de venda será informado às 9h30 e o resultado da transação será divulgado a partir das 10h30. A data da liquidação da venda será em 8 de junho de 2018 e a liquidação da revenda será em 8 de março de 2019.
Conforme o BC, a operação compromissada de nove meses desta quinta-feira será realizada “em coordenação com o Tesouro Nacional, que vem efetuando leilões de recompra de títulos, e com o objetivo de atender a demanda dos investidores por lastro em títulos públicos”.
Tradicionalmente, o BC realiza às terças-feiras operações compromissadas de 6 meses e às sextas-feiras operações de 3 meses.
Goldfajn mostra suas armas e diz que juro não sobe: BC leiloa US$ 20 bi em swap
https://i-invdn-com.akamaized.net/ne...PECBB148_L.jpgO presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, deu uma entrevista coletiva hoje no início da noite em Brasília para reforçar que não vai subir os juros para segurar a disparada do dólar, como especula e pressiona o mercado e apresentou suas armas na disputa que vem sendo travada com o mercado. O BC busca assim retomar o espaço perdido na batalha da comunicação com o mercado, especialmente depois de voltar atrás na redução dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio.
Hoje, os mercados futuros fecharam projetando para este ano juros de 7,6%, mais de um ponto percentual acima da taxa Selic atual e diversos economistas falam que o BC deveria subir os juros diante da pressão que o dólar terá sobre a inflação. Segundo analistas, o Brasil está sendo alvo de um ataque especulativo que busca forçar uma alta dos juros, como ocorreu com a Turquia e a Argentina. Além disso, o país sofre os efeitos da alta dos juros nos Estados Unidos e da incerteza com a eleição presidencial.
Golfajn, porém, reafirmou que “a política monetária olha para as expectativas de inflação e o balanço de riscos, e não será usada para controlar a taxa de câmbio”. Segundo agências de notícias, Golfajn acrescentou, porém, que o BC vai atuar de forma coordenada, como vem fazendo, com o Tesouro Nacional oferecendo liquidez aos mercados de câmbio e juros, por meio de leilões de swap cambial e de venda de títulos públicos com compromisso de recompra para ajudar os fundos de investimentos a zerarem suas posições.
Segundo ele, o BC deve oferecer US$ 20 bilhões em swap cambial até o fim da próxima semana para segurar a disparada do dólar. E esse valor pode ser maior se o BC julgar que é necessário, alerta Goldfajn. Ele acrescentou ainda que o BC pode usar outros instrumentos para acalmar os mercados. “Vamos usar os instrumentos necessários par o mercado, se precisar de swap, usamos swap, se precisar de reservas, usamos reservas, se precisar de linha, usaremos linha”, disse, numa referência aos leilões de linhas externas. O presidente do BC lembrou que o país tem 20% do PIB em reservas internacionais que pode ser usadas.
Mercado amplia previsão do IPCA e mantém do PIB para 2018
https://i-invdn-com.akamaized.net/ne...1411977638.jpgO Banco Central divulgou na manhã desta segunda-feira mais uma edição da pesquisa Focus, realizada com analistas de mercado. O levantamento aponta para a sétima elevação na expectativa do IPCA para o fechamento de 2018, indo de 4,00% para 4,03%. Para 2019, a aposta foi mantida em 4,10%.
No caso do dólar comercial, o mercado agora vê a moeda americana chegando ao final de dezembro em R$ 3,70, contra R$ 3,65 na pesquisa anterior. Já para o final do calendário seguinte, a divisa deverá encerrar a R$ 3,60, estável na comparação com a semana passada.
Sobre a taxa Selic, o mercado mais uma vez manteve a aposta da taxa básica de juros no patamar de 6,50% no fechamento de 2018, assim como foi mantida a expectativa para o fim de 2019 em 8,0%.
Já a aposta do crescimento da economia brasileira em 2018 foi mantida em 1,55%, sendo que há quatro semanas era de 2,18%. No caso de 2019, o mercado vê o Produto Interno Bruto do país registrando crescimento de 2,50%