Venezuela suspende aulas e jornada de trabalho devido a novo blecaute
A situação não está melhorando na Venezuela, o governo venezuelano suspendeu as aulas e a jornada de trabalho em todo o país depois que várias cidades e amplas zonas de Caracas amanheceram sem energia elétrica nesta terça-feira, 20 dias depois que um grande blecaute deixou o país petroleiro no escuro durante quase uma semana.
Na tarde de segunda-feira, uma falha classificada pelo governo do presidente Nicolás Maduro como "um ataque" deixou a maioria dos 24 Estados do país sem luz por cerca de cinco horas.
De noite, após o restabelecimento parcial do serviço, a luz voltou a faltar, e na manhã desta terça-feira grande parte do país continuava sem eletricidade, segundo testemunhas da Reuters e usuários de redes sociais.
Alguns especialistas sustentaram que os cortes de luz são produto da deterioração do serviço por falta de investimento desde que o falecido presidente Hugo Chávez nacionalizou o setor elétrico, em 2007.
Isto resulta em transtornos em todos os setores, em Caracas, os comércios, bancos e colégios estavam fechados e o transporte público em circulação era mínimo. O metrô e os trens não estavam operando.
Como as linhas telefônicas e a internet não funcionavam bem, algumas pessoas não estavam cientes sobre a medida do governo de cancelar a jornada de trabalho durante 24 horas e foram aos seus empregos, encontrando-os fechados. A distribuição de água potável também foi afetada, bem como as operações no principal terminal de exportação de petróleo. O país está mergulhado em um caos sem fim.
Maduro por sua vez, culpa
Inflação oficial da Venezuela em 130.060% em 2018
Venezuela teve uma inflação de 130.060% em 2018 e uma contração da economia de 47,6% entre 2013 e 2018, informou o Banco Central do país, no primeiro relatório deste tipo nos últimos três anos.
O BC do país divulgou na terça-feira (28), que a inflação atingiu 274,4% no ano de 2016, foi de 862,6% em 2017 e de 130.060,2% em 2018.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que a Venezuela teve uma inflação de 1.370.000% no ano passado. Em 2019, o FMI prevê uma inflação de 10.000.000% na Venezuela.
As exportações de petróleo - fonte de 96% da renda do país - caíram para US$ 29,810 bilhões em 2018, contra US$ 85,603 bilhões em 2013 e US$ 71,732 bilhões em 2014, quando houve uma queda nos preços do petróleo que atingiu em cheio os venezuelanos.
Esta é a primeira divulgação após o BC do país deixar de publicar os relatórios por três anos, sem justificativas.
Peso argentino em queda, após Macri anunciar corte de impostos e aumento em subsídios
O peso abriu mais fraco nesta quarta-feira, após o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciar cortes de impostos para trabalhadores e um aumento de subsídios para serviços sociais, após dois dias de turbulência econômica provocada pela vitória do candidato da oposição, Alberto Fernández, nas eleições primárias argentinas.
Pela manhã, o peso caía 12,3%, a 61 por dólar, marcando a terceira abertura consecutiva de grandes perdas. O peso fechou em queda de 4,29%, a 55,9 por dólar, na terça-feira, após atingir 59 no início do dia. A moeda registrou uma mínima histórica na segunda-feira, de 65 por dólar, uma queda de 30%.
A vitória esmagadora de seu oponente nas primárias foi um golpe duro para Macri, e também abalou mercados financeiros com receios de que a Argentina possa voltar às políticas econômicas intervencionistas do governo anterior.
Macri também anunciou que os preços da gasolina na Argentina serão congelados por 90 dias como parte de seu plano para reduzir o impacto da crise econômica.
Válido lembrar que este é o pior colapso da moeda, ações e títulos na Argentina desde a crise da divida 2001 que causou ondas de choque no mercado.
O povo argentino não está satisfeito com a gestão de Macri, que tem adotado políticas que não foram bem vistas, mas será que voltar a um governo que intensificou a crise no país é uma boa ideia? fica a dúvida.
Argentina buscará estabilizar taxa de câmbio e cumprirá metas do FMI, diz Lacunza
O novo ministro das Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, disse nesta terça-feira que uma de suas funções principais será ajudar a estabilizar a taxa de câmbio, ele adicionou que o governo cumprirá as metas definidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Falando em sua primeira coletiva de imprensa após assumir o cargo, Lacinza disse que o presidente Mauricio Macri pediu a ele que reduza os grandes impactos sobre a situação financeira dos argentinos.
O presidente do banco central da Argentina, Guido Sandleris, admitiu nesta terça-feira que o país sofrerá um novo aumento na inflação devido ao recente colapso do peso, que ele considera estar atualmente em um nível "competitivo". mSegundo ele a Argentina está passando por um "momento complexo" em que a desvalorização da moeda causa impacto nos preços, o banco continuará com a política de intervenção cambial e não pensa em um plano alternativo.
O USD/ARS abriu a 54,668, venda 55,62 indicando venda forte.
Protestos na America Latina intensificam
A onda de protestos e a crise política em países sul-americanos, como por exemplo Chile, Bolivia e Venezuela, que levou ao aumento da aversão ao risco na região, continua em destaque. No Chile, o presidente Sebastián Piñera propôs uma Constituinte para tentar reduzir os protestos. O Banco Central chileno anunciou uma atuação no câmbio, o que não evitou a queda do peso. Na Bolívia, a presidente interina, Jeanine Añez, disse que vão ser convocadas eleições em janeiro. Simpatizantes de Evo Moralez se manifestam contra Jeanine e a tensão aumenta, resta esperar pela data da nova eleição.