Mercado projeta Selic em 6,5% ao ano em 2019
A primeira reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a Selic, começa amanhã (5).
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia da reunião, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, definem a Selic.
A Selic serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente nos Sistema Especial de Liquidação e de Custódica ( Selic).
A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.
Instituições financeiras, consultadas pelo Banco Central (BC), não esperam mais por aumento na taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A previsão para a taxa ao final de 2019 passou de 7% para 6,5% ao ano, atual patamar da Selic.
Para 2020, no entanto, o mercado financeiro projeta aumento da Selic, com a taxa encerrando o período em 8% ao ano. Essas projeções estão no Boletim Focus, pesquisa semanal do BC feita a instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para o mercado financeiro, a inflação deve ficar em 3,94% neste ano. Na semana passada, a estimativa estava em 4%. Para 2020, a previsão é que o IPCA fique na meta, em 4%. O valor para o próximo ano tem intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi mantida em 2,50%, em 2019 e 2020.
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar passou de R$ 3,75 para R$ 3,70 no final deste ano, e de R$ 3,78 para R$ 3,75, no fim de 2020.
Fonte:Agência Brasil
Brasil, UE e México podem lucrar com guerra comercial entre EUA e China
Terceiras partes, entre elas Brasil, México e União Europeia (UE), lucrarão se a guerra comercial entre China e Estados Unidos se aguçar, o que ocorrerá caso ambos países não alcancem um acordo que evite uma nova escalada tarifária a partir do próximo dia 1º de março.
Segundo a economista da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Pamela Coke-Hamilton, "os efeitos das medidas de represália comercial impostas pelos Estados Unidos (contra a China) não resultarão no aumento da sua produção interna, mas desviará o comércio a terceiros países".
Pequim e Washington mantêm negociações com as quais tentam evitar um aumento cruzado de tarifas de 25%, após a alta de 10% que os Estados Unidos impuseram a importações chinesas no valor de US$ 200 bilhões, ao que a China respondeu com uma medida similar que afetou exportações americanas em um total de US$ 60 bilhões.
Essas tarifas adicionais se somavam a outros impostos do início de 2018 e que cobriam US$ 50 bilhões de exportações de cada um.
Na apresentação de um relatório da UNCTAD sobre estatísticas e tendências comerciais, Coke-Hamilton sustentou que, se o temido aumento de 25% de tarifas adicionais acontecer, "não será efetivo para aumentar a produção nos Estados Unidos".
O que provocará, por outro lado, é que os exportadores do resto do mundo se tornarão mais competitivos.
A UNCTAD calcula que, do que for perdido por exportadores chineses e americanos, "a União Europeia reterá US$ 70 bilhões", e Japão e Canadá, US$ 20 bilhões cada um.
Dos US$ 250 bilhões de exportações chinesas que seriam afetadas se a alta de 25% de tarifas se concretizasse, os analistas calculam que 82% seria substituído por companhias de outros países, enquanto as empresas chinesas reteriam 12% e apenas 6% beneficiaria produtores dos EUA.
O caso das tarifas adicionais impostas à soja procedente dos EUA é ilustrativo do efeito de distorção da medida, com o Brasil como o principal beneficiado por ter se transformado, graças a esta decisão, no principal abastecedor deste produto para o mercado chinês.
No entanto, esta vantagem pode ser temporária e o seu alcance pode mudar, o que os produtores e investidores no Brasil parecem saber muito bem.
Além disso, existem as vítimas colaterais, que no caso do Brasil são setores que utilizam a soja como insumo, como o agropecuário, e que perderão competitividade pelo aumento do seu preço, devido à demanda chinesa.
Além de lucros para determinados países e setores, a UNCTAD antecipou que os efeitos macroeconômicos de um agravamento da guerra comercial chinesa-americana serão muito negativos.
Nesse caso, sustentou os mercados financeiros e de matérias-primas cairão e surgirão fortes tensões nos mercados de divisas.
"Além disso, haverá mais pressão sobre o crescimento mundial porque as companhias terão que fazer ajustes de custos que afetarão a produção, os investimentos e a rentabilidade", destacou Coke-Hamilton.
Para os países pobres e menores, a situação será mais difícil devido à sua pouca capacidade para suportar uma forte desaceleração da economia mundial.
PMI de serviços dos EUA do ISM
Com os principais dados do Departamento de Comércio ainda atrasados devido à paralisação do governo no mês passado, os participantes do mercado ficarão de olho na pesquisa do Instituto de Gerenciamento de Suprimentos (ISM) sobre a atividade do setor de serviços para avaliar a força da economia.
A pesquisa, com lançamento previsto para as 13h00, está prevista para mostra um pequeno declínio para 57,0 em janeiro a partir da leitura do mês anterior de 57,6.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, em alta de 0,1% para 95,68.
No mercado de títulos, os preços do Tesouro americano caíram, impulsionando os rendimentos mais altos ao longo da curva, com o rendimento de 10 anos de referência subindo para 2,73%.
Válido notar que o PMI é um indicador de mudanças que promove melhorias contínuas e mudanças nas condições de negócios no setor de serviços dos EUA, no mês de relatório. O índice é calculado com base em pesquisas mensais de gerentes de compras que trabalham em empresas de serviços privadas.
Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
o Banco da Inglaterra realizará uma reunião de política, embora nenhuma mudança seja esperada em meio à crescente incerteza sobre a perspectiva de a Grã-Bretanha sair da União Européia em 29 de março, sem nenhum acordo em vigor.
Mark Carney, governador do Banco central, e seus parceiros que determinam as taxa de juros devem manter os custos dos empréstimos suspensos em 0,75% quando o Banco da Inglaterra faz seu pronunciamento de política às 10h00 (horário de Brasília).
Novas previsões de inflação e crescimento econômico do BoE serão vistas como um sinal de que os investidores estão relaxados demais apostando em aumentos de taxa até o final de 2019.
UE corta previsão de crescimento da zona do euro, inflação deve desacelerar
A Comissão Europeia reduziu com força nesta quinta-feira suas estimativas para o crescimento econômico na zona do euro este ano e no próximo devido a uma esperada desaceleração nos maiores países do bloco, provocada pelas tensões comerciais globais e crescente dívida pública.
O braço executivo da UE, Em suas projeções econômicas trimestrais, também revisou para baixo suas estimativas para a inflação no bloco de 19 países no próximo ano, prevista agora abaixo do calculado pelo Banco Central Europeu --provavelmente complicando os planos do banco de alta de juros este ano.
Segundo a comissão europeia, o crescimento da zona do euro vai desacelerar a 1,3 por cento este ano de 1,9 por cento em 2018, recuperando-se a 1,6 por cento em 2020. Em novembro, previa-se que a expansão de 1,9 por cento da zona do euro este ano e de 1,7 por cento em 2020.
Em relação a Alemanha, a maior economia do bloco, o crescimento deve desacelerar a 1,1 por cento este ano de 1,5 por cento em 2018.
A Comissão espera ainda que a inflação na zona do euro alcance 1,4 por cento este ano, contra estimativa do BCE de 1,6 por cento, e bem longe da meta do banco de próxima de 2 por cento.