Ramadã; mês de grandes vitórias

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Ramadan; Mês de grandes vitórias
Por: Abdullah Abdeen


O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico. Durante esse mês, os muçulmanos não apenas se abstêm de comer, beber e ter relações íntimas do amanhecer ao pôr do sol, mas também de qualquer coisa que desagrade a Alá (Glória a Ele). A obrigação do jejum no Islã veio depois da obrigação da oração, já que a primeira se tornou obrigatória no segundo ano após a Hijrah. Embora o mês do Ramadã seja considerado o mês do jejum, da recitação do Glorioso Alcorão, da caridade e de muitos atos de adoração, também devemos ter em mente que é um mês de honra e orgulho para todos os muçulmanos, pois eles conseguiram arrancar grandes vitórias das garras da derrota.

A primeira batalha que ocorreu durante o mês do Ramadã foi a batalha de Badr, conhecida como Yaum al-Furqān (dia em que o verdadeiro foi distinguido do falso) no Alcorão, como Allah diz: "...se você realmente acredita em Allah e no que enviamos ao Nosso servo no dia em que o verdadeiro foi distinguido do falso, o dia em que os dois exércitos se encontraram em batalha. Allah tem poder sobre todas as coisas".[1] Essa batalha ocorreu no dia 17 de Ramadã, 2 A.H. Vale a pena mencionar aqui que o número de combatentes muçulmanos durante essa batalha foi de cerca de trezentos, enquanto o número de incrédulos foi de cerca de mil. No entanto, os muçulmanos tinham certeza de que Allah os apoiaria com essa grande vitória, como Allah diz,
"Sem dúvida, ajudaremos nossos mensageiros e os fiéis, tanto na vida terrena quanto no Dia em que se apresentarão as Testemunhas de Jeová".
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Devido a essa grande vitória, Allah revelou um versículo recitado no Alcorão Glorioso até o dia do julgamento, de modo que essa batalha permaneça profundamente gravada nos corações dos muçulmanos em todo o mundo e ao longo dos séculos, onde Allah diz: "Allah vos ajudou em Badr, quando éreis uma pequena força desprezível; então temei a Allah; assim podereis mostrar vossa gratidão".

Após a batalha de Badr, o exército muçulmano conseguiu libertar Meca no dia 20 de Ramadã de 8 A.H. Essa libertação, também conhecida como (a maior conquista), marcou o fim das guerras entre os seguidores do Profeta e a tribo de Quraysh. Essa batalha foi um ponto de virada na história muçulmana, pois os muçulmanos começaram a controlar a Península Arábica como um todo. Quando o Profeta Muhammad (PBUH) foi para Meca, ele circunavegou ao redor da K'aba (tawaaf) e começou a quebrar os ídolos dos pagãos, ensaiando a frase de Alá: "E dizei: "A verdade chegou, e a falsidade pereceu, porque a falsidade está fadada a perecer"[4].

No dia 28 de Ramadã de 92 A.H., o exército muçulmano liderado por Tariq ibn Ziyad e Mussa Ibn Nusair conseguiu conquistar al-Andalus (partes da Península Ibérica governadas por muçulmanos), no oeste, e outro exército muçulmano chegou à China, no leste. O Islã permaneceu em al-Andalus por mais de oito séculos e essa terra foi um dos pontos de passagem mais importantes entre as civilizações islâmica e europeia. A civilização islâmica em al-Andalus chegou ao fim com a queda do Emirado de Granada.

Posteriormente, no dia 9 de Ramadã de 212 A.H., os muçulmanos, liderados por Asad ibn al-Furat, que também era jurista e teólogo, conquistaram a Ilha da Sicília, considerada a maior ilha do Mar Mediterrâneo. Os muçulmanos ficaram a apenas oito quilômetros de distância da Itália. Os muçulmanos continuaram incessantemente sua jornada de pregação e divulgação da mensagem do Islã em todo o mundo.
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No Ramadã de 223 A.H., a campanha abássida foi liderada pessoalmente pelo califa al-Mu'tasim, quando uma mulher muçulmana pediu ajuda a ele dizendo: "Ó Mu'tasim, [Salve-me!]". Portanto, ele teve como alvo Amorium, uma cidade bizantina no oeste da Ásia Menor, porque era uma das maiores e mais importantes cidades de Bizâncio. Amorium era fortemente fortificada, mas um traidor revelou um ponto fraco na muralha, onde os abássidas concentraram seu ataque, abrindo uma brecha e os soldados se renderam.

Quanto à era moderna, descobrimos que a maior guerra ocorrida no Ramadã foi a Guerra de 6 de outubro de 1973, que corresponde ao dia 10 do Ramadã de 1393 A.H., quando as forças do exército egípcio cruzaram a Linha Bar Lev e destruíram os pontos de defesa israelenses a leste do Canal. Após longas negociações, o Egito recuperou não apenas toda a sua terra da ocupação israelense, mas também o prestígio militar que havia perdido após a derrota em 5 de junho de 1967. Portanto, não é de se admirar se dissermos que o jejum e o mês do Ramadã são uma fonte de inspiração, entusiasmo e motivação para os soldados muçulmanos, pois esse mês testemunhou muitas batalhas decisivas que contribuíram muito para as conquistas muçulmanas. Também podemos dizer com certeza que é um mês para trabalho árduo, grande esforço e resistência, e não um mês para preguiça e sono.