A Índia vive o período mais quente dos últimos 100 anos. Além dos problemas respiratórios da população, o calor intenso tem prejudicado as produções de trigo do país.
Para diminuir os impactos dos preços locais do produto, o governo indiano anunciou o bloqueio das exportações de trigo.
A dimensão: A Índia é o segundo maior exportador dos grãos de trigo, ficando atrás apenas da China. Para além dos bolos, pães e farinha, a falta do cereal também impacta na compra da carne — ração de boi é feita de trigo.
O G7 não gostou.
A deliberação chamada de protecionismo alimentar pode pressionar os países produtores de grãos a aumentar os preços da fabricação externa. Na prática, os consumidores pagam mais caro na hora da compra.
A cadeia de desabastecimento de grãos ainda sofre com a crise geopolítica causada pela guerra na Ucrânia. Agora, com o bloqueio das exportações indianas, a tendência é provocar um desabastecimento global.
E o Brasil: onde fica nisso?
Como o Brasil é um grande exportador de trigo, esse desabastecimento pode ser positivo para o agronegócio do país.
Em fevereiro, as exportações do agronegócio brasileiro ultrapassaram US$ 10 bilhões e bateram recorde para o mês. As exportações do cereal superaram as importações e, com o aperfeiçoamento das cultivas de trigo, a tendência é só crescer.