O fundo soberano da Rússia fornecerá 100 milhões de doses de sua potencial vacina contra o coronavírus à farmacêutica indiana Dr Reddy's Laboratories, informou a entidade nesta quarta-feira agora que Moscou está acelerando os planos para distribuir sua vacina no exterior.
Este acordo para sua candidata a vacina Sputnik-5 veio depois que o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF) firmou pactos com fabricantes indianos para produzir 300 milhões de doses de sua vacina na Índia, que também é grande compradora de petróleo e armas russas.
Isto eleva o número total de doses que a Rússia anunciou até agora que distribuirá no exterior para pouco mais de 200 milhões --metade para a América Latina e metade para a Índia.
As remessas para a Índia, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes, podem começar no final de 2020, segundo o RDIF.
Os testes de estágio avançado, que envolvem ao menos 40 mil pessoas, estão em andamento na Rússia. Os resultados iniciais são esperados em outubro e novembro, disse o chefe do fundo, Kirill Dmitriev. Já os testes em indianos podem começar já no mês que vem, disse Dmitriev à Reuters, acrescentando que os resultados dos testes podem ser seguidos pouco depois pela aprovação regulatória doméstica da Sputnik-5 para uso em massa na Índia. A Índia chegou até a cogitar um pedido de "autorização emergencial" para vacina contra o coronavírus, bem como vários países, especialmente para pessoas que trabalham em ambiente de alto risco.
A Rússia foi o primeiro país do mundo a conceder uma aprovação regulatória para uma vacina contra o novo coronavírus, e o fez antes de testes de larga escala terem sido concluídos - o que criou dúvidas em cientistas e médicos a respeito da segurança da vacina.
Mas, o fato é que vários países cogitam acelerar a aprovação de uma vacina de uma maneira semelhante. Um pouco difícil de se prever, considerando as etapas e possíveis percalços que podem surgir no caminho, como por exemplo, o que aconteceu com a AstraZeneca.