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Trader Lusitano
20-08-2016, 07:52 PM
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A última jogada dos patrocinadores dos Jogos Olímpicos: contratar atletas

Ganhar uma medalha ou estabelecer novos recordes mundiais não são conquistas que fiquem apenas na parede. As grandes multinacionais querem capitalizar a seu favor as características de conquista e liderança dos atletas olímpicos.


Os patrocinadores dos Jogos Olímpicos de 2016, que encerram este domingo, 21 de Agosto, no Rio de Janeiro, estão a dar um passo mais para provar o seu compromisso com a competição e "casar" para sempre as suas marcas com os anéis olímpicos: a contratação de atletas.

Trader Lusitano
20-08-2016, 07:52 PM
"Precisamos de ajuda: estamos a contratar atletas olímpicos e paralímpicos para a Visa".


A auditora EY prevê contratar nove atletas olímpicos depois do fim da competição, altura em que os seus nomes serão revelados. Já a Visa, empresa oficial de cartões e sistemas de pagamento das Olimpíadas, colocou um anúncio no seu site na internet: "Precisamos de ajuda: estamos a contratar atletas olímpicos e paralímpicos para a Visa".

As empresas insistem que estas iniciativas são mais do que simples jogadas publicitárias e que, na verdade, têm uma finalidade importante. Ao contrário de figuras de renome como Simone Biles e Michael Phelps, muitos atletas olímpicos têm dificuldade em poupar dinheiro ao longo das suas vidas desportivas e dispõem de poucos caminhos para carreiras tradicionais à excepção de empregos como treinador e na comunicação social.

Segundo Bob Dorfman, especialista em marketing desportivo na Baker Street Advertising em São Francisco, as iniciativas também deixam nem na fotografia a Visa e a EY, anteriormente Ernst & Young.

Trader Lusitano
20-08-2016, 07:53 PM
"Esta é uma grande história de relações públicas", disse Dorfman em declarações ao telefone.

"Além de todos os outros mecanismos de marketing existentes - TV, redes sociais, ponto de venda, logotipos nos uniformes -, acho que esta é uma óptima forma de prestigiar a sua marca".

Beth Brooke-Marciniak, vice-presidente global de políticas públicas da EY, defende que a transição de carreiras é ainda mais difícil para as atletas mulheres, que raramente ganham tanto quanto os seus colegas homens e chegam ao fim das suas vidas desportivas profissionais sem conseguir um pé-de-meia pelo caminho.

Entrar no jogo para ajudá-los nesta transição é geralmente uma vitória dupla, afirma Brooke-Marciniak, que foi jogadora de basquete da Universidade de Purdue, EUA.

Trader Lusitano
20-08-2016, 07:53 PM
"As mulheres não ganham dinheiro nenhum no desporto, é espantoso", afirma.

"Não têm outra escolha que não seja mudar de rumo. Precisam ter um próximo capítulo".

As mulheres que a EY vai contratar irão para a divisão de assessoria, com funções semelhantes às dos empregos de nível de entrada, para as quais a empresa recruta profissionais formados nas principais faculdades e universidades, especifica Brooke-Marciniak.

Se por um lado concentrar-se especificamente nas atletas olímpicas é uma novidade, as empresas de Wall Street - e não só - reparam há algum tempo que os atletas são bons funcionários. Carly Drum-O’Neill, que fundou uma unidade focada em atletas na empresa de contratação de executivos Drum Associates, diz que o sucesso no desporto anda muitas vezes de mãos dadas com o desejo de sucesso e com o tipo de confiança que permite aos grandes vencedores liderarem uma equipa.

"Esses atletas olímpicos provaram facilmente que têm as habilidades essenciais que permitem ser bem-sucedido no mundo do trabalho de hoje", considera Drum-O’Neill, ex-tenista da Universidade Estadual da Pensilvânia, EUA.