As nove regras para investir no mercado cambial

[Trader Lusitano]

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As nove regras para investir no mercado cambial

A flexibilidade e liquidez do mercado cambial atraem investidores. Mas há cuidados a ter e trabalho de casa a fazer para se conseguir ter sucesso na negociação de divisas.


1 - Do menor ao maior risco


Com as decisões dos bancos centrais a terem um impacto mais preponderante nos mercados, após a grande crise financeira, houve mais investidores a tentarem tirar partido das oscilações cambiais. A exposição a este mercado pode ser feita através de várias ferramentas, sendo que parte do risco pode depender do instrumento escolhido. "O mercado cambial em Portugal é frequentemente associado ao Forex alavancado, que é a forma mais popular de negociar divisas, mas existem outros instrumentos financeiros para negociar esta classe de activos, cada um com um nível de risco diferente", refere Steven Santos, gestor do BiG.

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2 - As ferramentas para investir em moedas

Existem várias formas de investir em divisas. Steven Santos explica que "um investidor conservador pode comprar um ETF fundos de investimentotransaccionados em bolsa) sobre um par cambial ou um cabaz de moedas e obter facilmente exposição ao mercado cambial com um risco controlado". Já "um investidor mais agressivo poderá preferir o Forex alavancado no mercado à vista, que funciona ininterruptamente ou futuros sobre pares cambiais". Uma alternativa intermédia são as opções sobre pares cambiais. "Ao negociar este instrumento, um investidor não terá de se preocupar com a alavancagem ou com a gestão das posições abertas, visto que paga um prémio para ter o direito de exercer a opção de compra/venda numa data futura e esse é o montante máximo que poderá perder". No caso do instrumento pretendido ser negociado fora de mercado regulado, é necessário também ter atenção ao risco da contraparte. "Uma vez que o mercado cambial ocorre principalmente fora de bolsa (over-the-counter), é muito importante que os investidores escolham um intermediário regulamentado, seguro e com solidez financeira", refere Steven Santos.

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3 - Formação antes de entrar no mercado

Apesar das formas mais ou menos complexas que existem para investir no mercado cambial, a formação nunca é demais para se ter uma maior probabilidade de sucesso na exposição a este mercado. "O acesso a materiais de formação, como vídeos tutoriais e "webinars" de acompanhamento de mercados, ou mesmo seminários presenciais e conferências que clarifiquem conceitos como "spread" ou alavancagem é valorizado por investidores que estão a dar os primeiros passos neste mercado", refere Steven Santos.

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4 - Monitorizar os dados económicos

Procurar formação antes de negociar divisas até pode ajudar a perceber o funcionamento do mercado e quais os instrumentos mais adequados a utilizar. Mas para investir não só em divisas como noutros activos financeiros, é necessário recolher o máximo de informação possível sobre as perspectivas económicas, monetárias e geopolíticas. "Antes de começar a negociar divisas, o investidor deve familiarizar-se com o enquadramento macroeconómico dos principais blocos e com a política monetária dos maiores bancos centrais, devido à sua influência directa no mercado cambial", recomenda Steven Santos. E a análise tem de ser constante para acompanhar o andamento dos indicadores económicos.

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5 - Análise técnica como complemento

O mercado cambial é um que mais obriga os investidores a recorrer à análise técnica. "A análise técnica, com o seu foco na tendência e no estudo do preço, é um complemento interessante à informação macroeconómica, ajudando o investidor a definir pontos de entrada e de saída do mercado e a identificar pares cambiais excessivamente comprados ou vendidos", refere o responsável do BiG.

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6 - Evitar a dispersão por muitas moedas

Um dos erros a evitar, principalmente para os investidores com menor experiência, é investir num número elevado de mercados cambiais. Steven Santos refere que "é aconselhável que o investidor principiante se concentre em poucos pares cambiais, para evitar a complexidade associada a diversas divisas, sendo que cada uma tem notícias relevantes para acompanhar, como as decisões do respectivo banco central, os acontecimentos políticos e os indicadores macroeconómicos".

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7 - A importância de limitar a perda máxima

Uma das ferramentas essenciais ao investir no mercado cambial é estabelecer "stop losses", um mecanismo que fecha automaticamente as posições quando a cotação atingir um preço pré-definido. "Para mitigar o risco, os investidores têm diferentes mecanismos ao seu dispor. Primordialmente, deverão sempre colocar ordens de fecho das suas posições, estabelecendo o montante total de perda que estão disponíveis par assumir", refere Steven Santos. Explica que "estas ordens, conhecidas como 'stop loss' - estáticas ou dinâmicas - podem ser complementadas com a colocação de alertas para níveis de preço, para indicadores de análise técnica ou mesmo uma combinação dos dois".

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8 - Os riscos do efeito da alavancagem

Um dos maiores riscos ao investir em alguns dos produtos mais populares no mercado cambial é o efeito da alavancagem. Há produtos que permitem ter uma exposição a uma divisa bastante superior ao capital investido. Isso pode ter um efeito multiplicador nos ganhos, mas levar a perdas bem mais pesadas que o capital investido. Para mitigar cenários desse tipo é recomendável definir qual o limite de perdas máximo e fechar as posições assim que esses sejam atingidos.

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9- As estratégias mais populares

O mercado cambial pode ser alvo de vários tipos de estratégias de investimento. A mais simples, mas que também pode comportar um maior risco, é entrar a favor de uma divisa contra outra, uma estratégia direccional. "Oferece maior potencial de ganho mas também mais risco", diz Steven Santos. No entanto, o mercado cambial é também procurado para tentar tirar partido do rendimento proporcionado em economias com taxas de juro mais elevadas. "Numa perspectiva de obter rendimento, os investidores podem vender divisas com juros baixos, como o euro, e comprar divisas de países com juros mais altos, como a África do Sul e a Rússia. Esta estratégia é conhecida como 'carry trade' e permite receber o diferencial de taxas de juro das duas moedas envolvidas na transacção", explica o gestor do BiG. Outra das tácticas é utilizar o mercado cambial para jogar no tabuleiro das matérias-primas. "Há investidores que baseiam as suas estratégias de Forex na correlação entre algumas divisas e determinadas matérias-primas, assumindo posições nessas divisas consoante a evolução da respectiva matéria-prima", observa o gestor do BiG.

O recurso ao mercado cambial é feito também por investidores que tenham activos noutras divisas, como acções ou obrigações, para mitigar o risco associado à variação dos câmbios. Steven Santos alerta que a compra de acções denominadas noutra moeda "pode assumir características de uma operação cambial se não for montada uma cobertura adequada". Um dos exemplos são as acções do Reino Unido. A bolsa de Londres ganha quase 8% desde o início do ano. Mas para um investidor em euros, que não tenha feito uma cobertura cambial da exposição, as acções britânicas dão perdas de 6,5% dada a queda de 13% da libra. Fonte do tópico - Jornal de Negócios (http://www.jornaldenegocios.pt/)