O Muzel lá foi e, na volta, o fazendeiro mandou ao cantineiro 50 sacos de farinha, 50 sacos de sal, 200 litros de óleo de palma, 50 quilos de sabão e 50 caixas de fósforos para pagar o trabalho do Muzel.
O Cantineiro colocou preços na mercadoria que somavam 1000$ e acrescentou no livro:
"Manuel dos Santos, contrata = +1000$00, Saldo = + 1000$00".
29-04-2015, 04:56 PM
The Money Man
Uma compra
A mulher gorda do Muzarel foi comprar uma saca de milho e um saco de sal e o cantineiro escreveu:
"Manuel dos Santos, 1 saca de milho x 10$00 = - 10$00 , saldo = 990$00"
"Manuel dos Santos, 1 saca de sal x 7$00 = - 7$00 , saldo = 983$00"
29-04-2015, 04:56 PM
The Money Man
Um pagamento
- Patrão marca 10$00 na conta do meu vizinho José do Prego porque ele me vendeu um porco.
O Cantineiro acrescentava no livro (o José tinha um saldo de 110$00):
"Manuel dos Santos, transf JP = - 10$00, saldo = + 973$00".
"José do Prego, transf MS = + 10$00, saldo = +120$00".
29-04-2015, 04:56 PM
The Money Man
Um empréstimo do cantineiro
Chegou lá a Jozefina Mulata que tinha um saldo de 20$.
- Pátrão me emprestra 100$00 para eu pragar 3 vaca ao José do Prego.
O Cantineiro acrescentou no livro:
"Jozefina Mulata, transf JP = - 120$00, saldo = -100$00".
"José do Prego, transf JM = + 120$00, saldo = +240$00".
Para o cantineiro poder conceder crédito tinha que ter saldo no livro (e correspondente mercadoria no armazém).
29-04-2015, 04:56 PM
The Money Man
Um empréstimo do Muzel à Jozefina
Diz o Muzel.
- Pátrão quero emprestar 50$00 à Jozefina Mulata. Execruta.
O Cantineiro acrescentou no livro:
"Manuel dos Santos, emprest JP = - 50$00, saldo = + 923$00".
"Jozefina Mulata, emprest MS = + 50$00, saldo = -50$00
29-04-2015, 04:56 PM
The Money Man
Défice público financiado com emissão de novo dinheiro
O cantineiro tem que garantir que a soma de todo o dinheiro que existe no livro tem uma correspondência em mercadoria. (Essa mercadoria pode estar no seu armazém ou vir a caminho, estar no Entreposto).
O cantineiro meteu-se com um mulata jeitosa e entrou em défice.
Para pagar à mulata, lançou na sua folha +100$00 sem corresponder nenhum movimento negativos ou entradas de mercadorias no armazém.
Então, como tem que ter igual valor em mercadoria e no livro, aumentou os preços de todos os bens que tinha em stock de forma a compensar o aumento da quantidade de dinheiro.
Os preços aumentaram e, de facto, quem deu os 100$00 à mulata foram os outros clientes pela desvalorização do dinheiro que tinham no livro.
29-04-2015, 04:57 PM
The Money Man
Seria melhor o cantineiro cobrar uma margem a cada cliente.
Se o cantineiro lançar movimentos sem contrapartida (criar dinheiro) os seus clientes deixam de acreditar no livro. Um homem ir trabalhar e ficar com 1000$00 na folha e, passado um mês isso não dar para comprar nada, o homem troca de cantineiro.
- O livro não prestra pátrão, estár roto. Pátrão ter que arranjar outro livro.
Por isso, é melhor o cantineiro cobrar uma margem conhecida (um imposto) mas manter a credibilidade do livro do que desvalorizar o dinheiro.
Mais ninguém vai acreditar no livro. O cantineiro vai à falência.
É como ir a um restaurante e ter uma intoxicação alimentar. Nunca mais lá voltamos.
29-04-2015, 04:57 PM
The Money Man
Porque não armazenava o Muzel a mercadoria resultante do seu trabalho?
A mercadoria estragava-se e o cantineiro, mandando todas os dias um cliente diferente para a contrata, conseguia ter mercadoria fresca todos os dias.
No total, o cantineiro teria mil clientes, não só os 365 que iam às contratas mas outros que vendiam a estes animais e mulheres (e recebiam no livro), dádivas a familiares ou pedidos de dinheiro emprestado.
29-04-2015, 04:57 PM
The Money Man
Porque será que existem notas e moedas?
O cantineiro é livre de atribuir qualquer preço às mercadorias e ao trabalho.
Tanto poderia averbar 1000$00 ao Muzel e cada saca de farinha custar 10$00 como averbar 100000$00 e cada saca custar 1000$00.
Não tem problema nenhum mas, por um lado, há instabilidade dos preços ao longo do tempo pois o cantineiro pode um dia levantar-se e acrescentar um zero a tudos os valores. Por outro lado, cantineiros diferentes terão preços diferentes e moeda diferente (livros diferentes).
Para fazer um movimento entre dois livros será preciso uma taxa de câmbio.
Para uniformizar os preços, o Governo obriga o cantineiro a ter 10% do saldo de cada cliente no livro em Notas. Obrigou a que as contas negativas (créditos) também tenham 10% de reservas em notas.
São as reservas compulsivas dos bancos.
Obrigou ainda a, o cliente querendo, o cantineiro dar o saldo do livro em Notas.
29-04-2015, 04:57 PM
The Money Man
As reservas compulsivas apenas servem para tornar os sistema de preços estável.
É intuitivo que o cantineiro ao ter reservas compulsivas já não pode multiplicar os preços e os saldos pois teria que aumentar a quantidade de notas.
Ao reduzir os preços diminuiria as necessidades de notas mas tem que manter os preços compatíveis com os preços dos cantineiros mais próximos de si. Caso contrário, haveria operações de arbitragem.
Assim, o sistema de preços estabiliza e todos os livros passam a ser denominados na mesma moeda.
Pode haver diferenças nos preços e nos salários mas essas diferenças não poderão ser maiores que os custos de transporte.