Bradesco lucra mais 6,3% para perto de 960 M€ no terceiro trimestre
O Bradesco, segundo maior banco privado do Brasil em ativos, obteve um resultado líquido de 4,12 mil milhões de reais (cerca de 959,3 milhões de euros) no terceiro trimestre, mais 6,3% do que em igual período de 2014, foi anunciado nesta quinta-feira.
Excluindo elementos extraordinários, o lucro ajustado cifrou-se em 4,53 mil milhões de reais, evidenciando crescimento de 14,8% e a ultrapassar as estimativas de analistas.
Atividade econômica do Brasil encolhe pelo quarto trimestre seguido, mostra BC
SÃO PAULO (Reuters) - A atividade econômica brasileira encerrou com contração de 1,41 por cento o terceiro trimestre, o quarto seguido de perdas num ambiente de incertezas fiscais e políticas no país.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta quarta-feira, espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,50 por cento em setembro, depois de cair 0,76 por cento em agosto, segundo dados divulgados pelo BC nesta quarta-feira.
O resultado de setembro, o quarto mês seguido de perdas este ano na base mensal, foi levemente melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de queda de 0,60 por cento.
O terceiro trimestre é o quarto seguido em que o IBC-Br mostra recuo, após taxas negativas de 2,09 por cento no segundo, 1,05 por cento no primeiro e de 0,50 por cento no quarto trimestre de 2014.
O BC ainda apontou que o IBC-Br caiu 5,85 por cento em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, chegando a uma queda acumulada de 3,37 por cento no ano e de 2,73 por cento em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.
O resultado aprofunda ainda mais o cenário de recessão do país, na qual o Brasil entrou no segundo trimestre, quando encolheu 1,9 por cento sobre os três meses anteriores segundo os dados do IBGE.
Nesse ambiente, os resultados negativos de vários setores da atividade vêm se repetindo de forma recorrente, somando-se aos juros e inflação altos, piora do mercado de trabalho e confiança em deterioração diante das incertezas políticas.
Em setembro, a produção industrial registrou queda de 1,3 por cento sobre agosto, pior resultado para o mês na série histórica, enquanto as vendas no varejo recuaram 0,5 por cento.
Segundo a pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, a expectativa é de que o PIB registre contração de 3,10 por cento este ano, com a fraqueza avançando para 2016, quando a queda esperada é de 2 por cento.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Brasil: taxa de desemprego atinge 8,9% no terceiro trimestre
A taxa de desemprego no Brasil atingiu os 8,9% no final do terceiro trimestre de 2015, um valor que aumentou face ao trimestre precedente (8,3%); compara com 6,8% calculados no terceiro trimestre de 2014 e fixa um máximo dos últimos quatro anos, indcia informação divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
«A população desocupada no Brasil chegava a 9,0 milhões de pessoas e aumentou em ambas as comparações: 7,5% em relação ao trimestre anterior e 33,9% em relação ao mesmo trimestre de 2015. Este foi o maior crescimento da população desocupada, na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, na série da PNAD Contínua», concretiza o organismo que elabora as estatísticas oficiais do Brasil.
O aumento de 'desocupados' equivaleu a perto de 2,3 milhões de novos candidatos a um trabalho.
A Bahia mostrou a maior taxa de 'desocupação' (12,8%) e Santa Catarina (4,4%), a menor. Entre os 27municípios das capitais, Salvador tinha a maior taxa (16,1%) e Rio de Janeiro (5,1%) a menor. Entre as 21regiões metropolitanas investigadas, Salvador (17,0%) tinha a maior taxa de desocupação e Curitiba (5,7%) a menor.
A população ocupada (92,1 milhões de pessoas) do país «ficou estatisticamente estável em ambas as comparações».
Aumento de 73% no défice em relação ao ano anterior
As contas públicas brasileiras registaram défice primário de 19.950 milhões de reais (4.840 milhões de euros) nos dez primeiros meses do ano, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do país.
O resultado, um aumento de 73% no défice em relação ao ano anterior, considera tanto as contas federais como as de Estados e municípios, e exclui as despesas e receitas com juros da dívida.
Considerando apenas Estados e municípios, houve um excedente de 17 mil milhões de reais (4.120 milhões de euros) entre janeiro e outubro. Já o Governo federal teve défice de 34.000 milhões de reais (8.240 milhões de euros) no período e, as empresas estatais, 3 mil milhões de reais (727 milhões de euros).
O Governo brasileiro prevê uma economia de 55.300 milhões de reais (13.400 milhões de euros) no Orçamento deste ano para arcar com a dívida pública, mas o Legislativo ainda não aprovou o projeto de lei que prevê a contenção de gastos.
O Executivo do país publicou um decreto que prevê um corte de 10 mil milhões de reais (2.420 milhões de euros) nas despesas deste ano, considerando que o projeto de economia orçamental ainda não passou no Congresso.
OJE
Brasil termina 2015 com economia a contrair-se 3,6% e inflação nos 10,8%
A economia brasileira vai encerrar esse ano com uma contração de 3,6% e uma inflação de 10,8%, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Banco Central, no qual se prevê que essa situação difícil vai continuar em 2016.
Para o próximo ano, o Banco Central prevê que a economia se manterá nessa trajetória negativa, ainda que com uma leve melhoria, que se traduzirá numa contração de 1,9% e uma inflação de 6,2%.
Confirmados os resultados, já antecipados pela maioria dos analistas do setor privado e por organismos internacionais, em 2015, a economia brasileira teve o seu pior resultado desde 1990, quando teve uma retração de 4,35%.
No seu relatório, o Banco Central atribuiu essa situação a fatores externos, a "desequilíbrios" internos e também a um "cenário de incerteza associado a eventos não económicos".
Esta última observação parece referir-se à grave crise política que atravessa o país e a possibilidade de um afastamento da Presidente Dilma Rousseff do poder através de um processo de 'impeachment' que se irá desenvolver no congresso nacional no início do ano.
Esse processo está nas mãos da câmara dos deputados, que já anunciou que o retomará a partir do dia 02 de fevereiro, quando terminarem as férias parlamentares de fim de ano, que começaram na terça-feira.
Dinheiro Digital com Lusa
Brasil: Destituição de Dilma seria "o melhor para a economia"
A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer traria mais progressos no combate à crise económica, mas o cenário mais provável é que a Presidente consiga terminar o mandato.
"O nosso cenário é que Dilma Rousseff consiga aguentar-se até final do mandato, em dezembro de 2018 num estado enfraquecido, com implicações negativas para a perspetiva económica e fiscal do Brasil, considera a unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
Na análise ao país, a que a Lusa teve acesso, os analistas da EIU afirmam que, se a Presidente "fosse destituída, não haveria eleições e um governo interino, liderado por Michel Temer, faria mais progresso em atacar a crise económica brasileira, partindo do princípio de que conseguia garantir apoio suficiente dos partidos da oposição".
O Brasil deverá ter sofrido uma recessão de 3,7% este ano devido "à diminuta confiança dos consumidores e empresários motivada pela crescente crise política e económica, pelo aumento da inflação e pelo aperto nas condições financeiras", escreve a EIU, que prevê nova recessão de 2,7% este ano.
"Partindo do princípio de que a inflação abranda, abrindo caminho para uma melhoria no ciclo monetário, e que os indicadores financeiros melhoram, isto possibilitará uma recuperação do Produto Interno Bruto em 2017, para uma média acima dos 2% entre 2018 e 2020", acrescentam os analistas.
Sobre a inflação, que atingiu o valor mais alto dos últimos 12 anos no ano passado, para 10,67% face aos 6,41% de 2014, a EIU antevê que até ao final da década o valor continue acima da meta do banco central.
"Devido à alta indexação da economia, incluindo a ligação entre o salário mínimo e o PIB nominal, gargalos institucionais e outras ineficiências económicas, a inflação para os consumidores vai continuar acima da meta central de 4,5% definida pelo banco central entre 2016 e 2020", conclui a EIU.
Dinheiro Digital com Lusa
FMI espera recessão maior no Brasil, de 3,5% este ano
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou as previsões económicas do Brasil, esperando uma queda de 3,5% em 2016 e um crescimento nulo em 2017, o que explica a revisão também em baixa do crescimento mundial.
Na atualização ao World Economic Outlook, hoje divulgada, em que o Fundo revê as projeções dos principais grupos de países e de algumas economias em particular, o FMI espera que, depois de um crescimento de 4% no conjunto das economias emergentes e em desenvolvimento em 2015, «o mais baixo desde a crise financeira de 2008/2009», este crescimento acelere para os 4,3% em 2016 e para os 4,7% em 2017, o que representa uma revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais em cada ano.
A instituição liderada por Christine Lagarde refere que a revisão em baixa das projeções de crescimento global «refletem substancialmente, mas não exclusivamente, um crescimento mais fraco nas economias emergentes do que o previsto em outubro» e acrescenta que «as revisões devem-se amplamente ao Brasil».
Dinheiro Digital / Lusa
Enquanto líderes se encontram em Davos, economias emergentes descem a ladeira rapidamente
DAVOS, Suíça (Reuters) - Mais de 1 trilhão de dólares em fluxos de investimentos já saíram dos mercados emergentes nos últimos 18 meses, mas o êxodo pode ainda não ter chegado nem na metade do caminho, com as outrora crescentes economias parecendo presas em um ciclo de baixo crescimento e investimento.
Embora as economias em desenvolvimento não desconheçam crises financeiras, com muitos catástrofes cambiais e de dívida infectando todos os mercados emergentes em ondas nas últimas décadas, os líderes do Fórum Econômico Mundial deste ano em Davos nos Alpes Suíços estão temerosos que este episódio seja muito difícil de superar.
Alimentado por temores de aperto do crédito nos Estados Unidos e de alta do dólar, e vindo junto com uma longa desaceleração da economia chinesa e uma implosão do super ciclo relacionado às commodities, há uma crescente ansiedade de que não haverá uma recuperação acentuada ao fim deste momento difícil para recompensar os investidores que enfrentaram os piores momentos.
"O cenário global e os motores para os mercados emergentes são bem diferentes dos de 2001", disse o chefe de mercados emergentes do ICBC Standard Bank, David Spegel, se referindo ao momento em que Ásia, Brasil e Rússia estavam se recuperando das ondas da crise no fim dos anos 1990.
"Naquele momento, todas os astros estavam alinhados para a globalização e os mercados emergentes foram os mais beneficiados. Neste momento, nós não temos esses múltiplos catalisadores."
O principal catalisador em 2001 foi, obviamente, a China. Sua entrada para a Organização Mundial do Comércio desencadeou uma década de exportações e investimentos milagrosos de uma década de duração, que impulsionou sua economia de sexta para a segunda maior do mundo.
Sua ascensão içou grande parte dos países em desenvolvimento, dos exportadores de soja e aço da América Latina aos industrializados da Ásia que se tornaram parte da gigantesca cadeia de fornecimento industrial. Mas sua desaceleração está atingindo esses países com a mesma intensidade.
O crescimento do comércio global provavelmente foi mais lento do que o da economia mundial pelo quarto ano consecutivo em 2015, de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC). Isso contrasta com as décadas anteriores, quando o comércio se expandiu pelo menos duas vezes mais rápido que o crescimento mundial.
A conclusão sombria a que alguns estão chegando é que possivelmente o efeito da mudança da China foi único, e agora esses efeitos estão se dissipando para sempre.
A produção industrial do Brasil registou um declínio de 8,3% em 2015, protagonizando o maior tombo desde o início da série estatística oficial, em 2003, indicam dados publicados nesta terça-feira pelo IBGE.
De acordo com uma nota divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade industrial brasileira recuou 0,7% em dezembro, face ao mês anterior, completando sete meses consecutivos de declínio no ritmo da produção em base sequencial.
Comparando com dezembro de 2014, a produção fabril brasileira caiu 11,9% no último mês do ano passado.
Os setores com maior declínio no acumulado de 12 meses foram o dos bens de capital (-25,5%) e o dos bens duradouros (-18,7%).
Lucro do Itaú Unibanco cresce 15% para
5,38 mil M€ em 2015
O Itaú Unibanco, maior instituição da banca privada no Brasil, registou uma progressão de 15,4% no lucro anual, apresentando um resultado líquido de 23 360 milhões de reais (cerca de 5,38 mil milhões de euros) em 2015, segundo números divulgados nesta terça-feira.
O resultado recorrente (que exclui o efeito de elementos extraordinários) aumentou em 15,5%, até aos 23,83 mil milhões de reais. Por seu lado, a margem financeira teve um incremento superior a 13%.
O quarto trimestre do exercício encerrou com um resultado recorrente de 5,77 mil milhões de reais, mais 2% do que um ano antes e a ultrapassar as estimativas de analistas.
A carteira de crédito do grupo cresceu 4,3% face a 2014, cifrando-se em mais de 548 mil milhões de reais no fecho do exercício.
Fila de navios de grãos nos portos do Brasil dispara com câmbio e atrasos
SÃO PAULO (Reuters) - A fila de navios para carregar grãos nos portos brasileiros, no momento de início dos embarques da nova temporada de soja, está mais de duas vezes maior que a registrada um ano atrás, devido a atrasos em alguns terminais e à grande demanda por produtos brasileiros, cuja competitividade tem se elevado junto com a cotação do dólar.
Atualmente há 163 navios escalados para carregar soja e milho nos portos brasileiros até abril, com volume total previsto de 9,73 milhões de toneladas, ante 66 navios e 4,1 milhões de toneladas em meados de fevereiro de 2015, segundo dados da agência marítima Williams analisados pela Reuters.
Para a soja, o lineup prevê 7,51 milhões de toneladas, alta anual de 104 por cento, e para o milho a escala é de 2,22 milhões de toneladas, crescimento de 414 por cento.
"As tradings estão muito cobertas. Conseguiram fazer muitos contratos para entrega em fevereiro e março", disse o analista Aedson Pereira, da Informa Economics FNP, destacando que ao longo de 2015 houve volumoso fechamento de vendas antecipadas, com a ajuda do câmbio favorável.
O dólar fechou 2015 com alta de 48,5 por cento ante o real, o maior avanço em 13 anos.
"Com esse dólar que tivemos, o Brasil foi mais competitivo e fechou volumes talvez mais rápido e maiores que em outras épocas", afirmou o diretor de inteligência de mercado da corretora Cerealpar, Steve Cachia. Noticia completa
A atividade no comércio a retalho da economia brasileira registou um tombo de 4,3% em 2015, o primeiro ano de contração no setor desde 2003, revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro, as vendas no 'varejo' (comércio a retalho) «recuaram 2,7% sobre o mês imediatamente anterior», com a variação da receita nominal a situar-se em -1,9%, refere o IBGE numa nota divulgada nesta terça-feira. Para o volume de vendas, a queda observada em dezembro ocorre após dois meses seguidos com variações positivas nessa comparação, período que acumulou crescimento de 1,9%.
«Com o resultado de dezembro, o indicador de média móvel para o volume de vendas volta ao campo negativo (-0,3%), enquanto a taxa para receita nominal permanece positiva (0,6%). Na série sem ajuste sazonal, o total das vendas assinalou queda de 7,1% em relação a dezembro de 2014, nona variação negativa consecutiva nesse tipo de comparação».
Com isso, escreve ainda o IBGE, os resultados para o volume de vendas «foram negativos tanto no quarto trimestre de 2015 (-6,9%), como para o fechamento do ano (-4,3%)».
Em ambos confrontos as variações «são as mais acentuadas da série histórica, iniciada em 2001. A taxa anualizada de -4,3%, pela ótica do indicador acumulado nos últimos 12 meses, em movimento descendente iniciado em julho de 2014 (4,3%), assinala sua maior perda desde novembro de 2003 (-4,6%)», nota a mesma fonte.
A agência de notação financeira cortou o "rating" do Brasil para "Ba2", juntando-se à Fitch e S&P na atribuição da categoria de "lixo" à dívida soberana do país. A perspectiva é "negativa".
A Moody’s cortou a notação financeira da dívida soberana do Brasil em dois níveis para "Ba2", considerado "investimento especulativo", com perspectiva "negativa", o que significa que pode voltar a cortar o "rating".
"A perspectiva de maior deterioração dos indicadores da dívida do Brasil, num contexto de menor crescimento da economia" e as "dinâmicas políticas desafiantes que complicam a consolidação fiscal e a atrasam as reformas estruturais" são os dois motivos que justificam o corte do "rating" de "Baa3" para "Ba2", indica a Moody’s, em comunicado.
A Moody’s antecipa que a dívida pública irá ultrapassar 80% do produto interno bruto (PIB) dentro de três anos. Além disso, o aumento da contestação à presidente Dilma Rousseff está a ameaçar a concretização das reformas que a agência considera necessárias, bem como a consolidação das contas do país.
A agência poderá voltar a cortar o "rating" em breve. "A perspectiva ‘negativa’ reflecte a percepção do aumento dos riscos de uma consolidação e recuperação ainda mais lenta ou do surgimento de novos choques" que aumentem a deterioração do perfil do Brasil, acrescenta o comunicado.
A Moody’s junta-se assim às duas outras grandes agências de notação financeira, que atribuem o nível de "lixo" ao Brasil. A Standard&Poor’s (S&P) colocou o rating soberano brasileiro no segundo nível da categoria especulativa, "BB", na semana passada, dia 17 de Fevereiro. Em Setembro, a S&P tinha já colocado o "rating" no primeiro nível de lixo, tendo sido seguida pela Fitch três meses depois.
A Samarco, 'joint-venture' das mineradoras Vale e BHP Billiton, pagará 1,04 mil milhões de euros, até 2018, para sanar os estragos causados pelo rompimento de duas barragens no Brasil no ano passado.
Além desse valor, um fundo de 4,7 mil milhões de euros será criado para garantir a reparação integral dos danos, segundo os termos acordados hoje no Palácio do Planalto, em Brasília, entre os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, com as empresas envolvidas.
O acidente, que aconteceu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, matou pelo menos 17 pessoas e causou um grave problema ambiental no Rio Doce, tomado por uma grande quantidade de lama contaminada com substâncias tóxicas que escorreram das barragens.
Durante a cerimónia de assinatura do acordo, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que o entendimento do poder público com a Samarco, Vale e BHP Billiton, após o acidente, é um exemplo de que quando todos querem, é possível superar crises e grandes desafios.
Dilma Rousseff também afirmou que o acordo não prevê limites financeiros até à total restauração da situação ambiental.
"Trabalhamos num horizonte estimado de 15 anos. Em três anos, todos os programas serão reavaliados", completou.
Agora, uma fundação composta por especialistas indicados pela Samarco desenvolverá 38 projetos voltados para a recuperação ambiental, indemnização e assistência à população afetada.
O controlo público desses recursos será feito por um novo grupo de trabalho composto por representantes dos governos federal, estaduais, municipais e o Comité da Bacia do Rio Doce.
Dinheiro Digital com Lusa
A agência de notação financeira Fitch reviu hoje em baixa a previsão de evolução da economia do Brasil, antecipando uma recessão de 3,5% este ano, um ponto percentual pior que nas previsões de dezembro.
"A Fitch reviu a previsão de crescimento do Brasil para -3,5% em 2016 e 0,7% em 2017, quando em dezembro previa uma recessão de 2,5% este ano e um crescimento de 1,2% em 2017", lê-se no relatório sobre as Perspetivas Globais da Economia ('Global Economic Outlook', no original em inglês), hoje divulgado.
No relatório, que antecipa um crescimento mundial de 2,5% este ano e uma ligeira aceleração para 2,9% em 2017, a Fitch diz que, no caso do Brasil, "a mais recente revisão em baixa reflete a incerteza política crescente e o seu impacto na confiança, deteriorando o mercado laboral e as condições de crédito, bem como o aperto pró-cíclico da política económica ao longo de 2015".
Na opinião da Fitch, "a descida reflete a visão segundo a qual a economia vai demorar mais tempo a recuperar devido à continuada incerteza política, confiança deprimida e ventos contrários externos mais fortes, que resultam do declínio do preço das matérias-primas, a continuada volatilidade financeira internacional e o abrandamento da China".
Lembrando que o consumo e o investimento "devem contrair-se ainda mais em 2016", a Fitch escreve que "o aumento da taxa de desemprego e as dificuldades de crédito vão limitar o consumo, ao passo que as incertezas políticas e as pobres perspetivas para a procura vão fazer com que o investimento caia significativamente em 2016".
A inflação, diz, deve abrandar, mas "deverá ficar acima da taxa do banco central", que aposta numa inflação de 4,5% com uma oscilação de dois pontos para cima ou para baixo - em janeiro a taxa estava nos 10,7%.
Dinheiro Digital com Lusa
Manifestantes protestam no Planalto e em
outras cidades contra Lula e Dilma
BRASÍLIA (Reuters) - Milhares de pessoas se concentraram em frente ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira para protestar contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ser beneficiário de crimes envolvendo a Petrobras (SA:PETR4), como ministro da Casa Civil.
Os manifestantes também pediam a renúncia da presidente Dilma Rousseff, acuada pelo escândalo de corrupção que tem a estatal como protagonista e envolve empreiteiras e políticos.
Manifestações também ocorreram na Avenida Paulista, em São Paulo, e em frente ao prédio da Justiça Federal em Curitiba, onde despacha o juiz Sérgio Moro, que concentra os processos da operação Lava Jato na capital paranaense. Também há relatos de manifestações em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Em Brasília, cerca de 5 mil manifestantes, segundo a polícia, protestavam, com cartazes contra o PT, Lula e Dilma e em favor de Moro.
"Eu estou aqui pelo futuro dos meus filhos, netos e bisnetos. A Dilma tem que sair. Ela é Lula. Basta", disse a aposentada Vera Carneiro, 75, em Brasília.
A manifestação na capital federal começou no fim da tarde e à noite se dirigiu ao Congresso Nacional, onde houve um pequeno tumulto quando alguns tentaram invadir o local, de acordo com imagens da televisão.
Na Avenida Paulista, onde segundo a polícia 1,4 milhão de pessoas protestaram contra o governo no domingo, cerca de 5 mil manifestantes voltaram a se reunir nesta quarta, causando transtornos no trânsito e no metrô.
Foram ouvidos ainda panelaços e buzinaços em bairros diferentes de São Paulo e em outras capitais.
Na Câmara dos Deputados, parlamentares pediram aos gritos a renúncia de Dilma.
Lula, alvo da 24ª fase da Lava Jato semanas atrás, foi nomeado ministro nesta quarta, passando a ter foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para Dilma, Lula representa uma tentativa de tentar melhorar a articulação política para evitar o impeachment da presidente e de reanimar a economia, mas a oposição já disse que irá recorrer contra a nomeação.
No domingo, milhões de pessoas foram às ruas em todo o Brasil contra o governo Dilma, em uma das maiores manifestações populares já registradas no país.
Em 10 de março, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula no caso envolvendo um tríplex no Guarujá (SP), no qual é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Dias antes, o ex-presidente foi alvo de mandado de condução coercitiva da Polícia Federal no âmbito da Lava Jato.
Na segunda-feira, a juíza Maria Priscilla Oliveira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidiu encaminhar a denúncia do MP paulista e o pedido de prisão contra Lula para Moro.
Nesta quarta, Moro autorizou a divulgação de áudio de gravações de conversas telefônicas do ex-presidente com Dilma e com o agora ex-ministro da Casa Civil Jacques Wagner, o que acirrou ainda mais os ânimos em Brasília.
A evolução da bolsa e moeda brasileiras parece uma montanha russa, com valorizações e perdas rápidas, o que deixa os investidores brasileiros a estranharem as movimentações dos estrangeiros que investem no país, refere a Bloomberg.
"Os investidores que monitorizam o drama político do estrangeiro estão a apostar que a destituição de Dilma Rousseff é a única maneira de terminar meses de impasse político, permitindo aos deputados focarem-se no desenvolvimento económico, mas o pessoal que assiste de perto a esta novela sabe que o processo de destituição é longo e pode ser complicado", escreve a Bloomberg.
"Os investidores estrangeiros são rápidos a premir o gatilho, estão prontos para investir ou retirar dinheiro consoante as últimas manchetes", explica o analista Marcelo Mello, da SulAmerica Investimentos, notando que, pelo contrário, "os brasileiros são mais cautelosos porque estão a ver a crise em primeira mão e a sentir os seus efeitos todos os dias". As fortes variações dos índices bolsistas e da moeda brasileira, explica a Bloomberg, têm sido motivadas pelo investimento estrangeiro, já que, internamente, o mercado está praticamente parado - recentemente esta agência financeira chegou a noticiar que a emissão de títulos de dívida do princípio do mês foi quase toda comprada por investidores estrangeiros, comprovando as dificuldades que assolam o mercado interno. Prova das enorme volatilidade dos mercados financeiros no Brasil é o facto de que, apesar de enfrentar a sua maior recessão em mais de um século, prevendo-se uma contração de 3,6% este ano, que se segue à de 3,8% em 2015, os índices da bolsa e da moeda estarem entre os melhores desempenhos mundiais desde o início do ano. "Depois de vendas muito significativas em 2015, o Ibovespa e o real estão a registar os melhores ganhos no mundo este ano, com os títulos de dívida a melhorarem mais do dobro face à média dos mercados emergentes e o risco de crédito a cair fortemente, empurrado pela expetativa de que a Presidente Dilma Rousseff vai ser destituída e dar lugar a um novo Governo", escreve a Bloomberg. Na semana passada, por exemplo, as ações e a moeda brasileira registaram a maior valorização do mundo, no seguimento da nomeação de 'Lula' da Silva para o Governo, não porque o antigo chefe de Estado iria 'salvar' o Executivo mas porque a sua entrada aumentou a perceção de que a Presidência de Dilma estava prestes a desmoronar-se. "Ainda há muitas outras coisas que precisam de acontecer, mas penso que os mercados reagiriam de forma muito positiva à mudança e penso que há vantagens" em apostar nos ativos brasileiros, comentou o gestor financeiro Gregory Lesko, da Deltec Asset Management, baseada em Nova Iorque. Também a Blackrock já começou a aconselhar investimentos no Brasil desde então: "Uma nova mudança, uma completa alteração do paradigma, será muito positiva para uma economia que tem estado numa recessão severa, e o reverso da medalha é que o Brasil agora é muito barato e tem uma enorme quantidade de valor", diz Amer Bisat, gestor financeiro no departamento de mercados emergentes. "O maior erro que os mercados estão a fazer é pensar que a destituição vai fornecer clareza de uma maneira ou de outra", disse o analista da Eurasia Group que segue o Brasil a partir de Washington. "A noção de que um novo Governo pode facilmente dar a volta à crise é sobrevalorizada", conclui o analista Christopher Garman, de ascendência brasileira. Dinheiro Digital com Lusa
O Brasil registou em fevereiro a produção de petróleo e gás mais baixa do último ano, recuando para 2,95 milhões de barris por dia, de acordo com os dados divulgados hoje pelo regulador local.
«A produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de fevereiro totalizou 2,950 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d)», lê-se no Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural referente ao mês de fevereiro, divulgado hoje pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
«A produção total de petróleo em fevereiro de 2016 foi de aproximadamente 2,335 milhões de barris por dia (bbl/d), uma redução de 0,8% na comparação com o mês anterior e de 4% em relação ao mesmo mês em 2015», diz o documento sublinhando que «a produção de gás natural totalizou 97,7 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), um aumento de 0,5% frente ao mês anterior e de 2,5% na comparação com o mesmo mês em 2015».
A redução da produção total explica-se essencialmente pela quebra na produção de petróleo, tendo o aumento da produção de gás natural sido insuficiente para compensar.
Dinheiro Digital com Lusa
16-08-2016, 11:06 AM
Paulo Santos
Economistas veem corte menor da Selic e inflação maior em 2106
O ciclo de corte da taxa terá início em outubro com redução de 0,25 ponto percentual, mesmo cenário mostrado no Focus anterior. O que mudou foi o recuou seguinte, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no ano, em novembro, que passou a ser visto como de 0,25 ponto e não mais de 0,5 ponto. O próximo encontro acontece no final de agosto.
A pesquisa Focus mostrou que a flexibilização monetária continuaria ao longo de 2017, mas com maior intensidade, com cinco cortes de 0,50 ponto percentual em cada reunião entre janeiro e julho, para desacelerar o ritmo e encerrar o ano com a Selic a 11 por cento.
A estimativa para a inflação medida pelo IPCA este ano subiu a 7,31 por cento, sobre 7,20 por cento na semana anterior. Para 2017, a projeção foi mantida em 5,14 por cento, após recuar por seis semanas seguidas. A meta para o próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual.
A elevação na projeção para o IPCA este ano veio na esteira dos dados mais recentes que mostraram resistência da inflação. Em julho, o IPCA subiu 0,52 por cento, acumulando alta de 8,74 por cento em 12 meses, ainda sob a forte influência dos maiores preços de alimentos.
O BC reiterou, na última ata do Copom que não há espaço para corte na Selic, diante de importantes riscos, como o fiscal.
O Top 5 --grupo que mais acerta as projeções no Focus-- manteve a projeção para a Selic ao fim do ano em 13,75 por cento e em 11,25 por cento para 2017. Para a inflação este ano, a mediana subiu para 7,41 por cento, ante 7,20 por cento. Para 2017, a estimativa subiu para 5,25 por cento após 4,97 por cento na semana anterior.
A expectativa dos economistas para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) este ano passou a 3,20 por cento, ante queda de 3,23 por cento na semana anterior. Para 2017 a projeção permaneceu em crescimento de 1,10 por cento.
17-08-2016, 04:11 PM
womanspeculator
Rnest, da Petrobras, amplia processamento de petróleo em julho
Em julho, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou uma reavaliação do projeto.
A Petrobras irá buscar contratações para a conclusão de uma unidade de abatimento de emissões e demais obras do trem 1, que permitirão que a empresa opere com 100 por cento da capacidade dessa unidade.
Já a respeito das obras do trem 2 da Rnest, a empresa informou que a decisão final será apresentada no próximo Plano de Negócios e Gestão, previsto para ser publicado até outubro.
A produção petrolífera no Brasil em julho chegou aos 3,25 milhões de barris por dia, batendo o recorde previamente alcançado em junho, quando produziu 3,21 milhões de barris diários, divulgou o regulador local.
"A produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de julho totalizou 3,255 milhões de barris de óleo equivalente por dia, ultrapassando o recorde anterior obtido em junho de 2016, quando foram produzidos 3,21 milhões diários", lê-se no relatório de produção de julho divulgado hoje pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
"A produção de petróleo foi de aproximadamente 2,581 milhões de barris por dia, um aumento de 0,9% na comparação com o mês anterior e de 4,7% em relação ao mesmo mês em 2015", ao passo que "a produção de gás natural totalizou 107,2 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), superando o recorde anterior de 103,5 milhões de metros m³/d obtido em junho de 2016", acrescenta a mesma nota.
Assim, a produção de gás natural subiu "3,5% frente a junho de 2016 e de 12,4% na comparação com julho de 2015".
Dinheiro Digital com Lusa
Produção de petróleo do Brasil sobe pelo 4o mês em julho e renova recorde
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção de petróleo no Brasil subiu pelo quarto mês consecutivo em julho, renovando um recorde mensal de extração, com o avanço expressivo do desenvolvimento de áreas do pré-sal, informou nesta sexta-feira a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em boletim.
A produção de petróleo somou 2,581 milhões de barris por dia (bpd), com alta de 0,9 por cento ante junho e alta de 4,7 por cento na comparação com julho de 2015, superando os 2,558 milhões de bpd produzidos em junho, a maior marca anterior.
Já a produção de gás natural alcançou 107,2 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), alta de 3,5 por cento frente a junho e alta de 12,4 por cento na comparação anual.
Somando a produção de petróleo e gás, o país extraiu em julho recorde de 3,255 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), superando a maior marca anterior, de 3,21 milhões de boe/d registrada em junho.
A produção do pré-sal, oriunda de 65 poços, foi de 1,060 milhão de bpd e 40,8 milhões de m³/dia de gás natural, totalizando 1,317 milhão de boe/d, alta de 6,2 por cento ante junho.
Brasil: Governo quer contratos de trabalho
por produtividade e horas
O Governo do Brasil quer ampliar as formas de contratos formais de trabalho, permitindo que sejam indexados à produtividade e horas trabalhadas, além de fixar as jornadas de trabalho até às 12 horas.
Num encontro com sindicalistas em Brasília, na quinta-feira, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, adiantou as medidas que o executivo brasileiro quer incluir na reforma laboral, que será ainda enviada ao Congresso Nacional até ao final deste ano.
Nos contratos de produtividade, o trabalhador será contratado para realizar um determinado serviço.
"No caso do médico, por exemplo, ele pode ser contratado por procedimento realizado", disse o governante, citado pela imprensa local.
Nas contratações por hora, o mesmo trabalhador poderá prestar serviços a mais do que uma empresa, mas nunca ultrapassar as 48 horas semanais (44h regulares e 4h extras), com um teto de 12 horas diárias.
Nos contratos por hora, o trabalhador receberá pagamento proporcional de férias, 13.º mês e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Ronaldo Nogueira adiantou que a reforma laboral vai assegurar que as convenções coletivas possam estabelecer como ocorrerá a divisão de horas de trabalho ao longo da semana.
O ministro frisou que os novos tipos de contrato não vão tirar direitos aos trabalhadores e adiantou que a tutela irá realizar fiscalizações em todas as modalidades de contratação.
"O trabalhador vai ter um cartão com chip, onde estará a sua vida funcional. O contrato de trabalho terá numeração com código, a fiscalização já vai ficar sabendo e fará ‘checagens’ permanentes para essa relação, tanto com trabalhador por produtividade, por hora trabalhada ou por jornada de trabalho", explicou.
As alterações visam criar novas oportunidades de ocupação, numa altura em que o desemprego atinge mais de 11 milhões de pessoas no país, referiu.
Dinheiro Digital com Lusa
Economia brasileira está preparada para alta de juros nos EUA, diz Meirelles
NOVA YORK (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira em Nova York que a economia brasileira está preparada para suportar um aumento dos juros nos Estados Unidos.
"Se não tem nada inesperado, uma crise, um choque como nós tivemos no passado, mas um movimento esperado que está sendo encarado com a maior responsabilidade pelo Fed, acredito que a economia brasileira já está, a essa altura do campeonato, preparada para isso", afirmou Meirelles para jornalistas, após participar do Conselho das Américas, evento que reuniu empresários e investidores.
Em decisão tomada nesta quarta, o Federal Reserve, banco central dos EUA, manteve a taxa de juros inalterada entre 0,25 por cento e 0,50 por cento, mas sinalizou um possível aumento até o fim deste ano.
"O que estamos tentando fazer é tornar a economia brasileira não só com maior capacidade de crescer, mas também com capacidade de absorver impactos internos e externos", disse.
O ministro avaliou que há uma forte demanda por bônus brasileiros e que o investimento estrangeiro no país está aumentando.
No quadro fiscal, Meirelles voltou a afirmar que são extremamente altas a chance de aprovação pelo Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o avanço dos gastos públicos à inflação do ano anterior. "A proposta de limitação dos gastos públicos interessa diretamente a uma questão estrutural da economia", afirmou durante a apresentação para investidores.
Meirelles também defendeu a adoção de uma idade mínima na reforma da Previdência, que ele acredita será aprovada no próximo ano.
"A PEC do limite dos gastos públicos e a reforma da Previdência são fundamentais", disse. O ministro da Fazenda ainda afirmou que, por ora, o governo não projeta nenhum aumento de imposto para o ano que vem.
16-10-2016, 08:51 PM
Trader Lusitano
CNI revisa números da economia e diz que PIB recuará
3,1% e não mais 3,5%
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou hoje (14) que, diante da melhora das expectativas de empresários e consumidores e dos sinais de que o país começa a superar a crise, as estimativas sobre o desempenho da economia este ano foram revisadas. As novas previsões indicam que o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) encolherá 3,1% em 2016, menos do que os 3,5% estimados no segundo trimestre. O PIB industrial, com queda de 3,7%, liderará a retração da economia. Será o segundo ano consecutivo de redução da economia brasileira e o terceiro de queda no PIB industrial, informou a CNI.
CNI revisa números da economia e diz que PIB recuará
3,1% e não mais 3,5%
Mais números da economia
A previsão para os investimentos é de queda de 11%, inferior aos 13,9% estimados no segundo trimestre. O consumo das famílias encolherá 4,6%, menos do que os 4,8% previstos anteriormente, diz o Informe Conjuntural do terceiro trimestre.
Para a CNI, os principais sinais de recuperação da economia são o aumento da confiança dos empresários, o crescimento do superávit comercial e o ajuste dos estoques aos níveis planejados por empresários. O saldo comercial brasileiro deve alcançar US$ 50 bilhões este ano, muito mais do que os US$ 19,7 bilhões de 2015.
Além disso, observa a CNI, a conclusão do processo de impeachment e a posse de um governo que mudou os rumos da política econômica contribuem para a mudança do cenário.
"Ainda que a exata dimensão temporal do ajuste fiscal de longo prazo não esteja definida, a mudança de enfoque reverteu expectativas, com reflexo favorável na confiança dos agentes", diz o Informe Conjuntural.
A CNI adverte, no entanto, que a recuperação depende do ajuste das contas públicas no longo prazo. Por isso, a confederação defende a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 241, que impõe limites ao crescimento dos gastos do governo e a reforma da Previdência Social.
Exportação de carne suína do Brasil salta 30% em 2016, diz associação
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne suína do Brasil deverão fechar 2016 com alta de 30 por cento, superando expectativas iniciais devido a um crescimento da produção nacional, consumo interno fraco e uma boa demanda em praticamente todos os grandes mercados compradores, informou nesta terça-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Os embarques deste ano deverão somar um recorde de 720 mil toneladas, ante 555 mil toneladas em 2015.
Para 2017, a previsão é de alta de até 5 por cento nos negócios no exterior.
"A China aumentou suas compras sensivelmente... E esse resultado de 2016 foi obtido sem abrir nenhum novo mercado", disse o vice-presidente de mercados da ABPA, Ricardo Santin.
Nos onze primeiros meses de 2016, os embarques para o país asiático, que praticamente inexistiram em 2015, cresceram 1952 por cento, para 82,1 mil toneladas, colocando os chineses como terceiros maiores clientes dos frigoríficos de suínos do Brasil.
As exportações para Hong Kong, que geralmente funciona como uma porta indireta de entrada de produtos no mercado chinês, cresceram 39 por cento no mesmo período, na comparação com 2015, para 152,8 mil toneladas.
A Rússia, que ainda é o principal destino da carne suína do Brasil, elevou suas compras em 1 por cento entre janeiro e novembro, para 231,3 mil toneladas.
Em termos de produção, a ABPA estima que 2016 irá encerrar com alta de 2,4 por cento, para 3,7 milhões de toneladas, ante 3,6 milhões em 2015.
Para 2017, a previsão de crescimento da produção é de 2 por cento.
26-12-2016, 11:03 AM
JMS
Mercado vê inflação e PIB menores em 2017; Top 5 espera mais corte na Selic, diz Focus
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil terá menos inflação e atividade econômica piores neste e no próximo ano, segundo pesquisa Focus do Banco Central publicado nesta segunda-feira, com o grupo que mais acerta as projeções vendo que a taxa básica de juros do país recuará ainda mais.
O levantamento, que ouve uma centena de economistas de instituições financeiras toda a semana, mostrou que, pela medianadas estimativas, o IPCA fechará este ano com alta de 6,40 por cento --dentro da meta oficial, de 4,5 por cento com margem de tolerância de 2 pontos percentuais--, abaixo dos 6,49 por cento esperados até então.
Para 2017, as contas passaram a 4,85 por cento, sobre 4,90 por cento da semana anterior, aproximando-se ainda mais do centro do objetivo, de 4,5 por cento, mas com banda de 1,5 ponto.
O cenário de inflação menor vem em meio ao de forte recessão do país, que levou a novas pioras nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) no Focus. Para 2016, espera-se queda de 3,49 por cento, sobre 3,48 por cento, enquanto que para 2017, a alta recuou a 0,50 por cento, sobre 0,58 por cento.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial e divulgado na semana passada, subiu menos do que o esperado em dezembro e fechou o ano muito próximo da meta do governo, o que levou a alguns especialistas a não descartarem que o BC pode acelerar ainda mais o passo e reduzir a Selic em 0,75 ponto em janeiro. Por enquanto, as apostas majoritárias são de corte de 0,5 ponto, já maior do que as duas reduções de 0,25 ponto feitas até agora.
Na semana passada, o BC passou a ver inflação dentro da meta neste ano, ao mesmo tempo em que piorou sua projeção de crescimento econômico tanto em 2016 quanto em 2017, reiterando que o ritmo de desinflação nas suas projeções pode se intensificar diante da retomada mais lenta na atividade, mantendo aberto o espaço para corte maior nos juros.
A Selic está em 13,25 por cento ao ano. No Focus, pela mediana das projeções, a taxa básica de juros fechará 2017 a 10,50 por cento. Mas, pelo Top 5 --instituições que mais acertam as estimativas--, o BC será mais agressivo e levará a Selic a 10 por cento no período.
26-12-2016, 03:55 PM
Paulo Santos
Varejo brasileiro tem 2º pior Natal em 14 anos, diz Serasa Experian
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de Natal do varejo brasileiro caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2016, na comparação anual, e tiveram o segundo pior desempenho em 14 anos, revelou nesta segunda-feira a empresa de informações de crédito Serasa Experian (LON:EXPN).
A constatação baseia-se na comparação das consultas feitas ao banco de dados da empresa na semana de 18 a 24 de dezembro, que foram 4 por cento menores do que em igual etapa de 2015. O ano passado, aliás, teve o pior desempenho da série, com queda de 6,4 por cento sobre um ano antes.
A série, que começou em 2003, não havia registrado queda até 2014, ano em que as vendas recuaram 1,7 por cento sobre o ano anterior.
Segundo os economistas da Serasa Experian, a aumento do desemprego, o crediário caro e a baixa confiança do consumidor seguiram pesando sobre as vendas de Natal.
02-02-2017, 01:37 PM
Paulo Santos
Resultados e projeções do Bradesco decepcionam e ações caem 5%
Os resultados do Bradesco (SA:BBDC4) no quarto trimestre de 2016 vieram fracos e abaixo do esperado, apontam os analistas. O lucro líquido de R$ 4,4 bilhões ficou 1,7% menor do que no período anterior. As ações operam em baixa de 5% nesta quinta-feira.
“A qualidade dos ativos foi uma surpresa negativa no trimestre”, explicam os analistas da Itaú (SA:ITUB4) Corretora em um comentário enviado a clientes nesta manhã. A provisão para devedores duvidosos (PDD) chegou a 10,4% no período, um crescimento de 0,3 p.p. na comparação com o terceiro trimestre e de 2,4 p.p. em relação ao ano anterior.
Segundo o BTG Pactual (SA:BBTG11), o lucro líquido com juros tem decepcionado nos últimos trimestres. A expectativa, contudo, era de que os números melhorassem com a entrada do HSBC, “o que não tem ocorrido na velocidade esperada”, apontam os analistas.
As perspectivas para 2017 também não são animadoras. “O guidance de 2017 do banco indica uma material expansão de lucro. Em contas simplificadas, nossos analistas setoriais antecipam que o lucro líquido deve ser de R$ 19 bilhões em 2017, o que é abaixo do consenso de mercado”, avalia o Itaú.
Ainda assim, o Itaú aponta que os menores impostos efetivos compensam parcialmente a fraca tendência operacional. “Nossos analistas esperam uma reação negativa do mercado, principalmente considerando o guidance para 2017”, ressaltam.
10-04-2017, 09:58 AM
Davide
Brasil aceitará importação de veículos da Colômbia sem 30 pontos de IPI, diz fonte do governo brasileiro
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil aceitou permitir que veículos e autopeças da Colômbia ingressem no país sem pagarem 30 pontos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como parte de uma negociação bilateral para um acordo automotivo durante discussões do Mercosul com nações da região voltadas para o oceano Pacífico, afirmou uma fonte do governo brasileiro nesta sexta-feira.
A fonte, que está na reunião comercial em Buenos Aires, afirmou que os detalhes finais do acordo com a Colômbia estão sendo trabalhados.
Atualmente, veículos e componentes fora do Mercosul pagam os 30 pontos de IPI e mais 35 por cento de imposto de importação no Brasil.
"Concordamos em dar à indústria automotiva colombiana o mesmo tratamento preferencial dado para a indústria argentina", disse a fonte. "Os veículos deles não pagarão os 30 por cento de IPI."
O acordo ajudará as exportações brasileiras de veículos para Colômbia, que terão o tratamento recíproco no acordo que está sendo finalizado, acrescentou.
Uma parte do esboço do acordo Mercosul-Colômbia visto pela Reuters e que está sendo preparado para assinatura nesta sexta-feira afirma que o governo brasileiro vai dar à Colômbia o mesmo tratamento que dá a países com os quais mantém acordos automotivos, como Argentina e México.
O acordo com a Colômbia entrará em vigor em 1o de janeiro de 2018, disse a fonte.
BRF recebe autorização para reativar fábrica em Goiás
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de alimentos BRF (SA:BRFS3) informou neste sábado que recebeu autorização para reativar a fábrica de Mineiros (GO) e que pretende reiniciar nos próximos dias os trabalhos na unidade paralisada pelos desdobramentos da operação Carne Fraca.
"A BRF informa que foi autorizada a retomar as atividades em sua unidade de Mineiros. Os trabalhos devem ser reiniciados nos próximos dias", afirmou a empresa em comunicado à imprensa.
Segundo a BRF, a autorização foi emitida pelo Ministério da Agricultura. A empresa havia dito na época da interdição que a fábrica que processa carne de frango e peru respondia por menos de cinco por cento da produção da companhia.
Na quinta-feira, o ministério tinha apresentado novo balanço de auditorias em 21 estabelecimentos que estavam sob suspeição desde a deflagração em 17 de março da operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
O ministério informou na ocasião que as auditorias tinham encontrado "problemas de ordem econômica na produção de frango com excesso de água, processado pela unidade da BRF de Mineiros (GO)", citando que o mesmo problema foi verificado em unidade da Frango DM, no Paraná.
Brasil já está em ritmo de recuperação sólida, diz Meirelles
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira que o Brasil já está com uma recuperação sólida que vai surpreender cada vez mais pela sua força.
Em cerimônia de abertura do Futurecom 2017, em São Paulo, Meirelles, afirmou ainda que a economia do país mostrará boas surpresas nos próximos trimestres, com um ciclo de crescimento que, segundo ele, será o mais longo que vivenciamos nos últimos tempos.
Mercado de veículos do Brasil deve crescer 40% nos próximos 4 anos, prevê Volkswagen
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado brasileiro de veículos novos deve crescer de 8 a 10 por cento ao ano nos próximos quatro anos, apoiado no crescimento da economia e na melhora no crédito, disse um executivo da Volkswagen nesta segunda-feira.
A projeção foi feita pelo novo presidente do grupo alemão para Brasil e América do Sul, Pablo Di Si, que tem como objetivo levar a companhia de volta à dianteira do mercado nacional, atualmente liderado pela norte-americana General Motors (NYSE:GM).
Segundo Di Si, com o crescimento esperado, as vendas do mercado nacional atingirão 2,8 milhões de unidades até 2020 ante nível previsto pelo setor neste ano de 2,2 milhões de veículos.
"Temos bons problemas agora", disse Di Si referindo-se ao crescimento esperado para o Brasil e incertezas sobre a capacidade da indústria de autopeças conseguir suprir as montadoras após quatro anos de quedas nas vendas do setor.
"Crescimento de 8 a 10 por cento é difícil e não gostaria que perdêssemos oportunidade de crescer, temos que estar prontos para este cenário base", disse Di Si a jornalistas durante o Congresso Autodata Perspectivas 2018.
A Volkswagen atualmente é a terceira maior montadora de veículos leves do país em vendas, atrás da GM e da Fiat, do grupo FCA. O grupo alemão teve vendas acumuladas no ano até setembro de 197,15 mil carros e comerciais leves, ante 282,8 mil da GM e 214,2 mil da Fiat.
SÃO PAULO (Reuters) - A economia do Brasil contraiu mais do que o esperado em agosto, resultado mais fraco em cinco meses e interrompendo dois meses de alta, mas ainda insuficiente para frear o processo de recuperação gradual da atividade.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,38 por cento em agosto sobre julho, em dado dessazonalizado. Pesquisa da Reuters com analistas mostrou que a expectativa era de contração de 0,15 por cento.
"Esse resultado não altera nossa expectativa de retomada gradual da atividade econômica. Esperamos ainda uma aceleração da atividade econômica no quarto trimestre, consistente com nossa projeção de uma expansão de 0,9 por cento do PIB neste ano", informou o banco Bradesco (SA:BBDC4) em nota.
O resultado negativo foi o maior desde março, quando o IBC-Br teve contração de 0,40 por cento, e veio após o país ter iniciado o terceiro trimestre com crescimento mensal de 0,36 por cento em julho, em dado revisado pelo BC de alta de 0,41 por cento divulgada inicialmente.
A leitura de agosto tem como pano de fundo resultados fracos tanto da produção industrial quanto das vendas no varejo e do volume de serviços, também considerados pontuais e que não tendem a atrapalhar o ritmo de recuperação dos setores. [nL2N1ME0F9][nL2N1MM0L0][nL2N1MS0D3]
Na comparação com agosto de 2016, o IBC-Br apresentou avanço de 1,46 por cento, enquanto que no acumulado em 12 meses houve queda de 0,89 por cento, sempre em números dessazonalizados.
A expectativa dos economistas consultados na pesquisa Focus realizada pelo BC é de expansão do PIB neste ano de 0,72 por cento, acelerando a 2,50 por cento em 2018.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Operadora do Burger King no Brasil pede registro para IPO no país
SÃO PAULO (Reuters) - A BK Brasil, operadora da rede de fast food Burger King no país, apresentou nesta sexta-feira pedido para uma oferta inicial de ações (IPO) com distribuição primária e secundária, que servirá para levantar recursos para financiar expansão de sua rede de 492 lojas no país.
Os controladores Vinci Partners Investimentos e fundos cujos cotistas incluem a empresa de investimento criada por bilionários brasileiros 3G Capital e o fundo soberano de Cingapura Temasek Holdings serão vendedores na oferta secundária.
A Vinci Partners controla a BK Brasil desde 2013 e está buscando aproveitar a retomada da economia, após dois anos de recessão no país. A empresa tem 31,3 por cento da BK Brasil, segundo o prospecto preliminar.
A BK Brasil teve prejuízo de 93,46 milhões de reais em 2016, com margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado de 9,6 por cento. Em 2015, o prejuízo foi de 36,7 milhões de reais, com margem ajustada de 9,1 por cento, de acordo com o documento.
Já nove primeiros meses deste ano, a companhia acumula prejuízo de 18 milhões de reais, após 61,5 milhões de reais negativos no mesmo período de 2016. De janeiro ao fim de setembro, a receita da empresa cresceu 28 por cento sobre o ano anterior, para 1,26 bilhão de reais, com o número de lojas próprias subindo de 448 para 492. Há ainda outras 136 lojas franqueadas.
Em termos de vendas mesmas lojas, a empresa afirma no prospecto que apurou crescimento de 13 por cento de janeiro a setembro de 2017 ante expansão de 10 por cento em 2016.
Na lista negra do Brasil, fundos de Dublin encontram novas formas de investir
LONDRES (Reuters) - O Brasil proporcionou aos investidores alguns dos melhores retornos do mundo este ano, mas os fundos de investimento com sede na Irlanda foram forçados a adotar novas estratégias para obter bons ganhos com seus recursos.
O Brasil classificou a Irlanda como um paraíso fiscal em setembro de 2016 devido às suas baixas alíquotas de impostos para pessoas jurídicas, então os fundos de investimento em Dublin agora pagam impostos mais altos sobre rendimentos auferidos com ações e títulos brasileiros do que os fundos em alguns centros rivais, como Luxemburgo.
Em uma indústria bastante competitiva, os fundos de investimento com sede em Dublin têm que aceitar ganhos mais baixos do Brasil, reduzindo sua exposição ao país ou buscando maneiras de acompanhar os fundos rivais em outros lugares sujeitos a impostos mais baixos.
"É uma questão importante porque, por algum motivo, Luxemburgo não é tratado da mesma forma, então os gestores de ativos estabelecidos lá tem maior vantagem do que Dublin, em princípio", disse Rob Drijkoningen, chefe de dívida emergente da Neuberger Berman, que gerencia mais de 30 fundos listados em Dublin.
O Brasil é a nona maior economia do mundo, depois da Itália e à frente do Canadá, portanto, geralmente representa uma parcela significativa nas carteiras de investimentos globais ou do mercado emergente.
A dívida do Brasil responde por um décimo do índice de títulos públicos de países emergentes do JPMorgan. As ações brasileiras representam 7,6 por cento do índice MSCI Emerging Markets.
Até agora no ano, os títulos denominados na moeda brasileira garantiram um retorno de 20 por cento, enquanto o Ibovespa acumula alta de quase 30 por cento, o que torna muito difícil para investidores que busca de rendimentos maiores ignorar o Brasil.
Mas desde a classificação da Irlanda como paraíso fiscal, os fundos de Dublin têm que arcar com uma alíquota de imposto de 25 por cento sobre a renda obtida com juros, royalties e ganhos de capital de ativos brasileiros, ante 15 por cento anteriores.
27-10-2017, 01:01 PM
jmsantos
Confiança do consumidor do Brasil em 5 meses de alta
A confiança dos consumidores no Brasil aumentou por um segundo mês consecutivo em outubro até seu nível mais alto desde maio, os números da FGV IBRE mostraram quarta-feira.
O indicador de confiança do consumidor subiu para 83,7 de 82,3 em setembro, disse o grupo de pesquisa.
A leitura foi a mais alta desde maio, quando a pontuação foi de 84,2.
Desempregados no Brasil caem a menos de 13 milhões, mas recuperação continua via informalidade
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O número de desempregados no Brasil foi abaixo de 13 milhões no terceiro trimestre pela primeira vez desde o início do ano, porém a melhora do mercado de trabalho continua baseada na informalidade.
O país tinha nos três meses até setembro 12,961 milhões de desempregados, contra 13,113 milhões no trimestre até agosto e 13,486 milhões no segundo trimestre, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Essa foi a primeira vez que o contingente de pessoas sem emprego foi abaixo da marca de 13 milhões desde o trimestre encerrado em janeiro (12,921 milhões de desempregados).
Com isso, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua apontam que a taxa de desemprego caiu a 12,4 por cento no trimestre até setembro, nível mais baixo do ano e igualando a expectativa em pesquisa da Reuters. Essa foi a sexta queda seguida do indicador, que havia ficado em 12,6 por cento no trimestre até agosto.
A melhora, entretanto, tem como base o aumento de 6,2 por cento do emprego no setor privado sem carteira assinada na comparação com o terceiro trimestre de 2016, movimento que vem se repetindo recentemente. Já o emprego com carteira caiu 2,4 por cento.
"Ainda não há elementos suficientes na economia para dar início a um processo de contratação na indústria e na construção. Não dá para dizer que o mercado está melhorando", avaliou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.
Já a população ocupada atingiu contingente de 91,297 milhões de pessoas, após chegar a 91,061 milhões nos três meses até agosto e 90,236 milhões no segundo trimestre.
O IBGE informou ainda que o rendimento médio real do trabalhador foi a 2.115 reais no trimestre até setembro, contra 2.109 reais nos três meses até agosto e 2.108 reais segundo trimestre.
"A massa salarial está crescendo e isso é um alento. Pelo menos tem mais gente, mesmo que ganhando pouco, e de uma forma ou de outra isso mexe com a economia", completou Azeredo.
Em setembro, o Brasil registrou criação líquida de 34.392 vagas formais de emprego segundo o Ministério do Trabalho, sexto resultado positivo consecutivo, reflexo do processo de recuperação econômica gradual em andamento no país.
O cenário de inflação e juros baixos vem ajudando a melhorar a confiança em geral no país, com melhoras em outubro do sentimento tanto do consumidor quanto de serviços e da indústria.
Brasil pode crescer perto de 4% em 2018, diz presidente do BNDES
SÃO PAULO (Reuters) - O crescimento da economia brasileira deve superar 3 por cento e, possivelmente, beirar 4 por cento em 2018, disse nesta terça-feira o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro.
De acordo com ele, o BNDES contribuirá com a retomada da economia ao elevar em cerca de um terço os desembolsos no ano que vem, para cerca de 100 bilhões de reais.
Rabello afirmou que o banco espera liberar cerca de 2 bilhões de reais por mês em 2018 apenas na linha BNDES Giro, que financia o capital de giro de pequenas e médias empresas, com prazo de até cinco anos e carência de até 24 meses.
"Quase 90 por cento das micro e pequenas empresas aplicantes têm cadastro bom", comentou o presidente do BNDES, durante evento da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), em São Paulo.
Segundo ele, a instituição também planeja migrar o Canal do Desenvolvedor, ferramenta que facilita o acesso de MPEs a linhas de crédito do BNDES por meio de bancos credenciados, para uma plataforma mais ampla.
Rabello ressaltou, contudo, que a retomada do crédito à pessoa jurídica pode esbarrar na fragilidade da indústria brasileira diante de uma excessiva carga tributária. "Os problemas brasileiros, embora graves, estão muito bem mapeados", disse o presidente do BNDES.
Na avaliação dele, o "manicômio tributário e juros excessivamente altos" podem condenar ao fracasso a retomada da economia a longo prazo. "Temos que transformar o capitalismo brasileiro bom para poucos em um capitalismo que traga prosperidade a todos os brasileiros", afirmou Rabello.