EUA acusam China de manipuladora de moedas, novas sanções no horizonte
Os mercados da Ásia mitigaram as perdas iniciais, mas ainda registraram queda na terça-feira, com a intensificação da guerra comercial EUA-China, depois que Pequim confirmou que está suspendendo as compras de produtos agrícolas em resposta às novas tarifas americanas.
Donald Trump disse na semana passada que os EUA irão impor novas tarifas de 10% sobre outros US $ 300 bilhões em mercadorias chinesas a partir de 1º de setembro.
O Banco Popular da China estabeleceu o ponto médio do yuan em 6,9683 por dólar. O yuan onshore foi negociado a 7,0334 ante o dólar, enquanto o yuan offshore ficou em 7,0721 contra o dólar.
Na segunda-feira, a moeda chinesa onshore ultrapassou o limite psicologicamente importante de 7 iuanes por dólar pela primeira vez desde 2008. Depois disso, o Departamento do Tesouro dos EUA designou a China como manipuladora de moedas.
O Ministério do Comércio da China informou que as empresas chinesas pararam de comprar produtos agrícolas norte-americanos em resposta à mais recente decisão de Trump e acrescentaram que “não descarta” tarifar produtos agrícolas recém-adquiridos depois de 3 de agosto. A China é uma das maiores compradores de produtos agrícolas dos EUA.
A China, por sua vez, diz que a decisão dos EUA de intensificar as tensões cambiais na segunda-feira também irá prejudicar a recuperação econômica e do comércio globais e , até provocar caos nos mercados.
Trump parece não se importar. A guerra comercial entre as duas potencias está longe de acabar.
Semana marcada pela instabilidade dos mercados globais, guerra comercial EUA x China
A instabilidade dos mercados globais tem marcado a semana, investidores estão de olho na guerra comercial entre EUA e China. Os mercados estão tensos e receiam que Pequim esteja usando a desvalorização do Yuan como arma na disputa comercial com Washington, é o que está parecendo.
As bolsas da região Ásia-Pacífico fecharam sem direção na quarta-feira, com os investidores observando atentamente o yuan chinês.
O Banco Popular da China (PBOC) estabeleceu a referência oficial do ponto médio do yuan em 6,9996 por dólar, ligeiramente mais fraco do que as expectativas do mercado. O banco central da China permite que a taxa de câmbio aumente ou caia 2% a partir desse número.
O yuan quebrou o nível de 7 contra o dólar na segunda-feira, provocando frenesi em todo o mundo e levando o Departamento do Tesouro dos EUA a rotular a China como um manipulador de moedas.
Essas medidas foram tomadas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou inesperadamente na semana passada que novas tarifas seriam lançadas sobre as exportações chinesas a partir de 1º de setembro, intensificando a guerra comercial já existente entre Pequim e Washington.
O dia foi de baixa na China continental: o composto de Xangai caiu 0,32%, enquanto o composto de Shenzhen caiu 0,42%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em alta de 0,08%.
O índice de referência japonês Nikkei caiu 0,33%, com a fabricante de robôs Fanuc caindo 1,56%. O índice Topix, por outro lado, terminou o pregão em Tóquio ligeiramente acima, em 1.499,93 pontos.
Argentina formaliza congelamento dos preços de combustíveis por 90 dias
Após o resultado das primárias que mostrou a provável volta da esquerda ao poder, o governo atual de Macri na argentina formalizou nesta sexta-feira a decisão de congelar por 90 dias o preço dos combustíveis, uma das medidas adotadas para atenuar os efeitos da crise financeira agravada nesta semana.Válido nota que esta medida populista não é novidade, foi adotada por governos anteriores e sem bons resultados.
A legislação, que leva as assinaturas de Macri e dos integrantes do Gabinete nacional, especifica que deve ser aplicada uma taxa de câmbio de referência de US$ 45,19 e um preço de referência do Brent de US$ 59 por barril. A moeda americana fechou nesta quinta-feira cotada a 59 pesos.
Nesta sexta-feira, o Executivo também publicou no Boletim Oficial o decreto que estabelece a eliminação do imposto ao valor agregado (IVA) até o fim do ano em uma série de produtos da cesta básica, uma medida anunciada nesta quinta-feira por Macri.
A Administração Federal de Receita Pública (AFIP) da Argentina publicou nesta sexta no Boletim Oficial três resoluções pelas quais de maneira temporária será rebaixada a previsão tributária sobre a receita dos assalariados e aposentados e sobre as pequenas e médias empresas. Além disso, foram ampliados os planos de facilidades de pagamento de dívidas com o Fisco.
O Fisco destacou que a modificação beneficiará a 1,9 milhão de trabalhadores ativos e a 400 mil aposentados.