BC da China diz que vai liberalizar ainda mais taxa de juros
PEQUIM (Reuters) - O banco central chinês disse que vai liberalizar mais sua taxa de juros, de acordo com comunicado publicado no site do banco nesta sexta-feira.
O banco central também disse que vai tornar o iuan mais internacional, manter a moeda basicamente estável, aperfeiçoar mais o mecanismo de formação do câmbio e aprofundar as reformas do sistema de gestão de câmbio e das instituições financeiras.
O banco central vai usar empréstimos de médio prazo, e prometeu empréstimos suplementares e políticas de crédito para apoiar áreas importantes da economia.
O banco também disse que vai manter uma política monetária prudente e o uso flexível das ferramentas da política monetária para manter a liquidez adequada no sistema bancário.
China tem menor crescimento em 25 anos e aumentam
expectativas de mais estímulos
XANGAI (Reuters) - A economia chinesa cresceu em 2015 no ritmo mais fraco em 25 anos, levantando esperanças de que Pequim vai conter a desaceleração com mais medidas de estímulo, o que levou a uma alta nos mercados acionários do país.
O crescimento no ano de 2015 foi de 6,9 por cento após o do quarto trimestre desacelerar a expansão a 6,8 por cento, encerrando um ano tumultuado que testemunhou uma grande saída de capital, queda da moeda e o tombo do mercado no ano passado.
Preocupações com o controle de Pequim sobre a política econômica saltaram para o topo da lista de riscos dos investidores para 2016, após um renovado tombo nos mercados acionários e cambial aumentar a apreensão de que a economia possa estar se deteriorando rapidamente.
A desaceleração da China, junto à queda dos preços das commodities, levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a cortar suas projeções de crescimento global novamente nesta terça-feira, dizendo que espera que a segunda maior economia do mundo cresça apenas 6,3 por cento em 2016.
Dados da agência de estatísticas chinesa mostraram que a produção industrial em dezembro ficou abaixo das expectativas, com um aumento de apenas 5,9 por cento. Enquanto isso, a produção de aço e energia elétrica caíram pela primeira vez em décadas no ano passado e a produção de carvão mineral caiu pelo segundo ano seguido, ilustrando como uma desaceleração econômica e a mudança para o crescimento levado pelo consumo estão prejudicando a indústria.
O banco central da China não respondeu a um pedido para comentar.
Pequim já aumentou os gastos do governo este ano para amparar o crescimento econômico, mas a visão de que as autoridades vejam vantagem limitada de cortar os juros ou o compulsório pode derrubar qualquer expectativa do mercado por flexibilização no curto prazo.
Também é provável que decepcione estatais e governos regionais, muitos dos quais já estão sobrecarregados com dívidas pesadas, enquanto muitas empresas privadas estão relutantes em investir devido às incertezas econômicas. Desta forma, crédito mais barato pode não fazer muita diferença para elas.
"O banco central não está preparado para cortar o compulsório ou as taxas de juros. A eficácia da política monetária é limitada e nós teremos que confiar na política fiscal", disse uma pessoa familiarizada com o pensamento do Banco do Povo da China, que falou na condição de anonimato.