Nokia surpreende com aumento de 51% no lucro do segundo trimestre
A Nokia, tecnológica finlandesa que alienou o negocio de telemóveis à Microsoft e agora está centrada nos equipamentos para redes, apurou um resultado líquido de 521 milhões de euros no segundo trimestre, um incremento de 51% que ultrapssou largamente as prevsiões de analistas.
Em base IFRS, o resultado do segundo trimestre desceu dos 2,5 mil milhões, no segundo trimestre de 2014, para os 247 milhões de euros, dado que – um ano antes – as contas da empresa ainda refletiam os ativos de equipamento móvel vendido à Microsoft.
De acordo com os números publicados nesta quinta-feira, a empresa que está em processo de aquisição da Alcatel-Lucent aumentou o volume de negócios em 9%, para os 3,2 mil M€, com destaque para o resultado operacional na divisão de redes.
As vendas cresceram nas três divisões do grupo (redes, tecnologias e cartografia) esta última (HERE) em processo de reconsideração estratégica, para eventual cessão.
Consórcio automóvel alemão paga 2,5 mil M€
pela divisão de cartografia da Nokia
Um consórcio formado pelas empresas BMW, Daimler e a Audi acordou a compra da HERE, plataforma de cartografia digital da Nokia.
Segundo anunciado nesta segunda-feira, o agrupamento de fabricantes automóveis pagará cerca de 2,5 mil milhões de euros (ou 2 800 mil milhões incluindo a dívida) pela divisão da finlandesa que constitui alternativa ao Google Maps.
De acordo com a Daimler (Mercedes-Benz), os três participantes do consórcio comprador terão participações idênticas na Here.
A transação, que ainda depende da aprovação das autoridades de regulação, deverá estar concluída até ao primeiro trimestre de 2016.
A Here, que resultou da compra da Navteq (pela Nokia, em 2008, por um montante superior a 8 000 milhões de dólares), fornece soluções de cartografia (navegação automóvel e localização por GPS) em mais de 50 línguas para cerca de duas centenas de países.
Depois de ter decidido vender a sua divisão de telemóveis, devido aos prejuízos que vinha a registar neste segmento, a Nokia poderá estar já a ponderar um regresso ao mercado.
Segundo noticia a imprensa internacional, a companhia está a contratar especialistas em software e a ensaiar novos produtos, ao mesmo tempo que procura novos parceiros para a comercialização de novos equipamentos que permitam o seu regresso ao sector.
Accionistas da Nokia aprovam compra da Alcatel-Lucent
Sem surpresas, os accionistas da Nokia aprovaram nesta quarta-feira, numa assembleia geral extraordinária, a compra da rival francesa Alcatel-Lucent. Na prática, o negócio significará a fusão das duas empresas, cujas operações se complementam no mercado das infra-estruturas de comunicações.
A aquisição, que foi acordada em Abril e já recebeu aprovações regulatórias (incluindo em Bruxelas, em França e nos EUA), prosseguirá agora com uma oferta por parte da Nokia para que os accionistas da Alcatel-Lucent troquem as acções que têm por acções da empresa finlandesa. Para ser bem-sucedida, esta oferta terá de ser aceite por mais de metade dos detentores de capital da multinacional francesa. No final do processo, os accionistas da Nokia terão dois terços da empresa e o restante ficará nas mãos dos actuais accionistas da Alcatel. As duas companhias esperam que o negócio esteja concluído já no primeiro trimestre de 2016.
Combinadas, as duas empresas têm cerca de 110 mil trabalhadores. Avançam para a junção numa altura em que o sector vê nascer outra aliança de peso. A Ericsson e a Cisco anunciaram este mês uma parceria, cuja visão estratégica é semelhante à da Nokia e da Alcatel: combinar infra-estruturas de comunicações fixas com comunicações móveis e beneficiar mutuamente da respectiva propriedade intelectual. Tanto num caso como no outro, as empresas estão a posicionar-se para o mercado emergente da Internet das Coisas. Trata-se de um cenário em que todo o tipo de equipamentos (de electrodomésticos a carros, portas e janelas) estão ligados em rede e comunicam entre si, abrindo novas possibilidades de negócios para as companhias que fornecem os equipamentos que estão na base destas comunicações.
A compra da Alcatel-Lucent é mais um passo no caminho de transformação que a Nokia está a seguir desde que deixou fugir o mercado dos telemóveis. Quando vendeu esta unidade de negócio à Microsoft, a Nokia passou a focar-se nos equipamentos de rede. Tem também uma unidade de licenciamento de propriedade intelectual, o que inclui a marca Nokia, que está a ser usada por fabricante chinês. Por fim, já este ano, a multinacional finlandesa vendeu os mapas Here e respectivos serviços de georreferenciação a um consórcio que juntou a Audi, BMW e Daimler (a dona da Mercedes).
A multinacional finlandesa Nokia anunciou hoje que registou um prejuízo de 513 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, contra um lucro de 177 milhões de euros em igual período de 2015.
A fabricante finlandesa atribuiu o prejuízo nos três primeiros meses deste ano aos custos com a integração da Alcatel-Lucent, empresa que a tecnológica Nokia adquiriu em 2015 por 15.600 milhões de euros, refere em comunicado.
As vendas da Nokia atingiram os 5.499 milhões de euros nos três primeiros meses deste ano, mais 87,3% face a idêntico período do ano passado, mas as receitas da área tecnológica caíram 26% no período em análise.
O presidente-executivo da Nokia, Rajeev Suri, esclareceu que "apesar da integração de uma empresa com a escala da Alcatel-Lucent seja complexa e leve tempo", a multinacional finlandesa "confia nos avanços efetuados para alcançar as maiores sinergias".
"Esperamos também que os planos de transição corram o mais rapidamente possível", disse o gestor.
Dinheiro Digital com Lusa
Presidente da França diz que plano de corte de empregos da Nokia quebra compromissos
PARIS (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na sexta-feira que a decisão da fabricante finlandesa de equipamentos de telecomunicações Nokia de cortar cerca de 600 empregos na França desrespeita os compromissos assumidos pela empresa na época da aquisição da rival Alcatel-Lucent (PA:ALUA), em 2016.
"A Nokia foi ajudada pelo governo francês e assumiu compromissos claros", disse Macron durante entrevista conjunta com o primeiro-ministro finlandês Juha Sipila.
Ele acrescentou que a única opção da Nokia é respeitar seus compromissos e que será "inflexível" em relação à empresa.
Macron, então ministro da Economia, deu sua benção para a aquisição da Alcatel pela Nokia em 2016, em troca da promessa do grupo finlandês de contratar 500 pessoas em pesquisa e desenvolvimento na França.
O plano da Nokia de cortar 597 empregos na França até o final de 2019, parte de uma diretriz para economizar 1,2 bilhão de euros, foi suspenso até 2 de outubro.