Cresce investimento em moda sustentável no Brasil
https://i2.wp.com/www.mtitecnologia....size=500%2C272A produção frequente e rápida de peças de pouco custo, conhecido como fast fashion, é uma tendência das grandes marcas desde os anos 1990. Esse modo de confecção levou a indústria da moda a ocupar o segundo lugar no ranking dos mais poluentes do mundo, segundo a BBC. Diante disso, a preocupação com novos hábitos para conscientizar e harmonizar a vida no planeta tem gerado transformações em atitudes e ideais de cada pessoa. Um desses costumes é a moda sustentável ou “eco fashion”, um nicho do mundo da moda que empresários têm aplicado, cada vez mais, confiança e capital.
De acordo com o Instituto Akatu, organização não governamental que trabalha, sem fins lucrativos, pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente, a moda sustentável é voltada para 5% da população brasileira. Ou seja, para quase 10 milhões de pessoas que se preocupam em realizar um consumo menos prejudicial ao meio ambiente. Esse mercado no Brasil, conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), é explorado por alguns estilistas renomados, por pequenas empresas e novos nomes que percebem uma oportunidade nesse nicho, apesar de encontrarem algumas dificuldades.
Um obstáculo para quem se interessa em investir no ramo sustentável é o de se adequar a uma nova lógica de produção. “Pesquisa, consultoria e adequação nas produções requerem investimento e isso pode, inicialmente, impactar o financeiro da empresa”, afirma a fundadora do Instituto Ecotece, Ana Cândida Zanesco, ao Sebrae. Outro empecilho é o preço das peças, que custam 30% a mais que as tradicionais. Por causa da confecção artesanal e em menor escala, as roupas sustentáveis podem encarecer quando comparadas às peças feitas em empresas de “fast fashion”.
Brechós
Com o aumento do investimento empresarial em moda sustentável e a busca de preços baixos por consumidores, os brechós, lojas de artigos usados, ganham cada vez mais adeptos. Ainda de acordo com o Sebrae, o número de lojas que vendem produtos de segunda mão cresceu 23% de 2013 a 2015.
Orleanne Barreto, fundadora do brechó Retroagir, não imaginava o quanto seu empreendimento iria crescer. Após o retorno dos consumidores, Orleanne investiu no ramo e estudou os propósitos e o bem que a loja de artigos usados poderia fornecer para ela, seus clientes e, de certa forma, para o mundo. “Foi por uma necessidade [financeira]. Sem perceber, por ser um brechó, ele já estava engajado no ser sustentável e mais econômico. Então, apenas busquei aprofundar mais no assunto e começar a ter esse pensamento que muito importa”, conta.
Orleanne acredita que as pessoas estão cada vez mais conscientes em saber qual a origem dos produtos comprados e torce para que a atitude não seja transitória. “Mais informações sobre o assunto estão sendo visados. Fico muito feliz com essa nova preocupação dos consumidores e torço para não ser mais uma modinha, e sim um movimento”, opina.
Sustentabilidade
Para falar de sustentabilidade no mundo da moda é preciso refletir acerca dessa mudança comportamental. Segundo Renata Santiago, designer de moda e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), isso está conciliado à cultura e o local onde cada um está inserido. “A moda tem essa capacidade de penetrar no âmbito cultural e embutir novos valores como a gente se comporta com as pessoas, com as coisas e com os objetos. Sustentabilidade nada mais é que a gente cuidar das coisas”, afirma.
Pensar nesse contexto é analisar o ambiente, a economia e a sociedade. Quando se fala em moda sustentável, se trata do uso de métodos e processos menos poluentes, com o intuito de diminuir o impacto ambiental. “Produção de roupa é desde a fibra do tecido até como esse consumidor vai consumir, como ele vai ter acesso ao produto já pronto”, esclarece a professora Renata. Assim, nesse estilo são fabricadas peças com fibras orgânicas, tecidos eco-friendly (linho, bambu, algodão orgânico), corantes naturais, tecidos descartáveis e com o uso do upcycling (construção de peças com materiais que já existem).
Ética
“Quando a gente fala de moda ética, que é outro conceito pregado pelo uso da sustentabilidade na moda, a gente leva em consideração os direitos humanos e dos animais”, diz Renata. Nessa perspectiva, são fabricados produtos cruelty free, em que a proposta busca, além de explorar como é feita a fibra dos produtos, realizar um comércio justo.
Cruelty free significa “livre de crueldade”. A moda ética se baseia em empregar mulheres e grupos étnicos, produzir em pequena escala e sem componentes de origem animal, valorizar a tradição histórica do povo e a cultura local de onde as roupas estão sendo produzidas, além de não realizar testes em animais. Esse conceito abrange a remuneração justa para todos, ou seja, quem produzirá as peças, quem lida com os fornecedores e, também, os consumidores por meio de um preço justo.
Moda consciente
De acordo com Renata, moda consciente é a integração dessa percepção social com a fabricação de roupas que podem ser para a vida inteira. Quem consome de maneira consciente tende a obter produtos da slow fashion, “em que a gente produz menos roupas, mas peças com melhores condições ambientais, sociais, com transparência em toda a cadeia produtiva”, diz Santiago.
A sustentabilidade da moda é construída tendo como base as modas ética e consciente. Para a professora, a moda sustentável abrange uma percepção ética, de consciência do ambiente e da economia. “No final das contas, tudo é e se resume a se preocupar com o que vem depois e a frear um pouco esse consumismo exacerbado e essa produção desenfreada que tanto nos prejudica”, explica.
Fashion Week de Nova York dá início a mês de desfiles globais
https://i-invdn-com.akamaized.net/tr...PEE8314X_L.jpgEstilistas, celebridades e milhares de fashionistas se reunirão em Nova York nesta semana para assistir à prévia das coleções de moda de primavera, que começa oficialmente na quinta-feira após desfile da grife de luxo Tom Ford na noite de quarta.
Com mais de 100 desfiles e apresentações, além das incontáveis festas pelas cidade --inclusive de grandes nomes como Calvin Klein, Marc Jacobs e Ralph Lauren, que comemora seu 50º aniversário na sexta-feira--, compradores, jornalistas e amantes da moda terão dificuldade em incluir casas menores em seus itinerários.
Nesta edição, a Fashion Week de Nova York volta a durar uma semana inteira, após ser reduzida a seis dias no ano passado, e antecede as semanas da moda de Londres, Milão e Paris.
A revolução das redes sociais trouxe imediatismo e um toque mais leve à moda, dizem especialistas, e nesta temporada muitos estilistas estão procurando inspiração na descontração dos anos 1980.
"Os anos 80 são uma grande tendência", disse Julee Wilson, diretora de moda e beleza da revista Essence. "Não só no outono, mas acho que continuará na primavera".
A reconhecida revista de moda Vogue concordou, descrevendo os anos 80 e 90 como "as décadas mais lembradas na moda no momento".
"Estamos ficando nostálgicos", opinou Julee, "meio loucos com a moda" e "voltando a nos divertir muito", refletiu, citando conceitos como a combinação de meias com sapatos de salto e sandálias.
Um clássico dos anos 80 que ela vê voltando são os terninhos, mas não "terninhos sem graça... mas ousados, desafiadores", disse Julee. "Você vai se destacar".
Para combinar com o tom chamativo da década, itens metálicos terão muito destaque na primavera.
Entretanto, a Fashion Week também terá momentos tocantes, como o primeiro desfile da marca de bolsas Kate Spade desde que sua fundadora cometeu suicidou em junho.
Já, Georgina Chapman, da marca Marchesa, ex-mulher do produtor de cinema Harvey Weinstein, acusado de estupro e agressão sexual por dezenas de mulheres, volta ao evento depois de cancelar sua apresentação de fevereiro. Entretanto, seu desfile será "apenas com marcação de horário".
A cantora Rihanna ajudará a encerrar a semana em um clima certamente mais leve com uma festa para apresentar sua linha de lingerie Savage x Fenty.
Fashion Week de Londres inicia 1ª edição totalmente sem peles de animais
https://i-invdn-com.akamaized.net/tr...PEE8D1KD_L.jpgA Fashion Week de Londres começou nesta sexta-feira, se declarando pela primeira vez totalmente livre de peles de animais, à medida que um número cada vez maior de estilistas procura adotar posicionamentos éticos.
O evento comercial de cinco dias, a segunda etapa da temporada de desfiles primavera/verão 2019, tem nomes menos conhecidos do que Nova York, Milão e Paris, mas atrai clientes, jornalistas e blogueiros de todo o mundo graças a novos talentos e a marcas estabelecidas como Burberry (LON:BRBY), Christopher Kane e Erdem.
De acordo com pesquisa do Conselho de Moda Britânico (BFC), nenhuma pele animal será usada nas passarelas de Londres ou nas apresentações dos estilistas nesta temporada.
"Em todas as temporadas perguntamos se peles serão apresentadas nas passarelas ou em apresentações... Esta é a primeira vez em que os estilistas disseram que as peles estarão 100 por cento fora das passarelas", disse à Reuters a executiva-chefe do BFC, Caroline Rush.
"Acho que isso reflete uma mudança em suas escolhas criativas e o poder do consumidor e realmente pensar nas imagens que eles estão apresentando durante a semana de moda".
Na semana passada, a Burberry anunciou que não usará mais peles verdadeiras em seus produtos, se tornando a mais recente marca a baní-las em meio a crescente pressão de grupos de direitos animais e à mudança de preferências de clientes mais jovens.
Entre as outras marcas que estão dando as costas às peles estão as grifes de luxo italianas Versace e Gucci.
"Das quatro grandes (capitais da moda), (Londres) certamente é a primeira que pode dizer que estaremos 100 por cento sem peles desta vez", acrescentou Caroline.
Do lado de fora do principal local de desfiles, um grupo pequeno da entidade de direitos dos animais Peta comemorou a notícia com cinco mulheres vestidas como gatas segurando cartazes dizendo "passarela livre de peles".
O mercado de moda feminina cresceu 3,2 por cento no ano passado no Reino Unido, chegando a 28,4 bilhões de libras (37,26 bilhões de dólares), segundo a empresa de pesquisa Mintel, e as vendas devem chegar aos 33,5 bilhões de libras em 2022.
Dando início a semana de moda com um desfile ousado e colorido, Richard Malone escolheu o rosa choque, o amarelo mostarda e tons intensos de azul e verde para sua coleção que pareceu ter influências dos anos 1960 a 80.
Entre os destaques da temporada, está Victoria Beckham, que comemora seus 10 anos na indústria da moda levando seu desfile de Nova York para Londres.
Fonte: Reuters
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Aplicativo LOC permite compartilhar peças de moda e variar no look
Attachment 1912Compre menos, escolha bem, faça durar", são lemas que a estilista britânica Vivienne Westwood tem usado na sua militância em prol do meio ambiente e da economia verde. Uma das mais importantes forças criativas do movimento punk, Westwood retomou o discurso no video recém-lançado de sua coleção Verão 2019, onde aparece usando uma camiseta que pede "Buy Less" (compre menos).
Mas como comprar pouco e seguir na moda, que por natureza se renova com muita rapidez? Foi para responder a essa demanda que foi planejado o aplicativo LOC, de aluguel de roupas, que nasceu em Salvador no começo do ano, chegou a São Paulo em julho e até o último dia 10 de setembro já havia realizado 1.980 operações e conseguido mais de 20 mil downloads, para Android e iOS.
Numa ponta, as pessoas que querem se manter atualizadas, mas não gastar dinheiro com tendências passageiras, na outra, aquelas que querem ganhar um extra colocando as peças para circular.
No LOC, com R$ 50,00 dá para alugar uma roupa. O preço médio das peças à disposição é R$ 400, e a recomendação dos criadores do aplicativo é que as locações sejam em torno de 10% do valor da peça, mas são os donos que decidem os preços finais.
As peças são cadastradas pelos usuários. Funciona por geolocalização e conecta pessoas e roupas que estão a até 50 km. Depois do aluguel, locador e locatário estabelecem a forma de entrega, que pode ser por um serviço de entrega oferecido pelo aplicativo. Os pagamentos são por cartão de crédito.
Cecília Barretto, uma das fundadoras, considera que os consumidores brasileiros começam a tomar consciência dos impactos ambientais de comprar desenfreadamente.
"As mulheres têm, em média, mais de 100 peças de roupa no armário e, pelo menos uma vez por semana, dizem não ter o que vestir. A velocidade da comunicação e das redes sociais fez com que a gente sentisse que é impossível acompanhar as tendências". Por isso, conta, surgiu a ideia de possibilitar um intercâmbio de peças de moda.
"As grandes empresas que estão revolucionando a economia unem oferta e demanda: uma pessoa que tem algo e uma pessoa que precisa do acesso a algo. Essa revolução já aconteceu na mobilidade urbana, na hospedagem, mas ainda não tinha acontecido na moda, que é uma das indústrias mais poluentes do planeta", afirma.
"A moda sempre foi um tema do meu interesse", diz Cecilia, administradora que trabalhou na área de planejamento comercial da C&A. Ela se uniu à advogada Lara Tironi, que atuou no marketing da empresa Mondelez e a Igor Tironi, estudante de ciências da computação, para criar o aplicativo de moda compartilhada de aluguel pessoa a pessoa.
"Se você está morrendo de vontade de usar uma tendência específica mas não quer investir muito, pode alugar por uma semana e aproveitar", diz Cecilia. "O aplicativo serve para quem tem em excesso poder compartilhar e ganhar um dinheiro extra e contribui com a indústria da moda, já que a roupa mais sustentável é aquela que já existe", afirma.
Cecília acredita que as pessoas estão cada vez mais adeptas a alternativas de consumo. "Existem outros modelos de negócio que contribuem para a mesma solução, como empresas de aluguel de vestidos de festa e bibliotecas de roupas, o que fortalece esse movimento, mas nenhum deles é exatamente como o LOC", diz.
Entre os outros tipos de negócio com aluguel de roupas estão o Wardrobe e o My Open Closet, mais direcionados para roupas, sapatos e acessórios de luxo, e a Blimo, Biblioteca de Moda, e a Roupateca, que são espaços físicos, como lojas, dedicados ao compartilhamento de peças, com modelo de assinatura. Com informações da Folhapress.
Válido notar que algumas adeptas, e bloqueiras brasileiras são a favor do menos é mais, incentivando um consumor sustentável.
O aplicativo já conta com 20 mil downloads, para Android e iOS
Virtual ou real? Mundo da moda se divide sobre modelos digitais
https://i-invdn-com.akamaized.net/ne...1412602648.jpgAs três mulheres que olham para a câmera em um anúncio da marca de luxo francesa Balmain parecem poder se encaixar em qualquer filme, mas Shudu, Margot e Zhi são "modelos digitais" cuja ascensão está dividindo o mundo da moda.
O trio gerado por computador no centro da nova campanha da Balmain é o mais recente exemplo de marcas de moda que adotam a tecnologia para atrair clientes jovens com experiência digital.
A mais conhecida das três é Shudu, uma modelo digital negra criada pelo artista visual Cameron-James Wilson no ano passado. Ela tem sua própria conta no Instagram, com 145 mil seguidores, que a apresenta como "a primeira supermodelo digital do mundo". Trabalhos de modelagem incluem o uso de jóias da Tiffany para a Vogue Australia.
As respostas da indústria durante as semanas de moda de Nova York e Londres foram misturadas, com o designer Michael Kors entre os críticos a imagens geradas por computador sendo usadas dessa maneira.
"Eu não estou entre modelos digitais. Eu estou entre pessoas reais com personalidades e opiniões", disse Kors em seu desfile em Nova York. "A ideia de modelos digitais é algo que espero que não ganhe popularidade".
Mas a designer britânica Alice Temperley acredita que usar as imagens digitais poderia ajudar a reduzir custos.
"Eu gosto muito da ideia de fazer um pouco disso para o comercial e depois investir dinheiro fazendo eventos", disse Temperley na Semana da Moda de Londres.
O criador da Shudu disse que a ascensão das imagens geradas por computador na indústria da moda era inevitável. "Afinal, as vemos sendo usada em quase todos os outros setores", disse Wilson em comunicado enviado por email.
Stella McCartney aposta em macacões tie-dye na Fashion Week de Paris
https://i-invdn-com.akamaized.net/tr...PEE902AA_L.jpgMacacões deram o tom do desfile da estilista Stella McCartney na Fashion Week de Paris nesta segunda-feira, com peças florais justas misturadas com descontraídas calças largas e estampas tie-dye em branco e azul.
A coleção primavera/verão 2019 é a primeira desde que a estilista britânica anunciou estar tomando de volta o controle total da marca que leva seu nome do grupo de luxo francês Kering.
"Não se toma essa decisão levianamente, é algo que levei incrivelmente a sério, e foi um processo longo", disse Stella McCartney sobre os planos de assumir sozinha a marca, após fazer parte de uma joint-venture com a Kering durante 17 anos. A separação deve ser concluída até março de 2019.
"Ter o controle da empresa é importante quando seu nome está na porta, e acho que, se você tiver essa opção, é uma grosseria não fazê-lo".
Nesta segunda-feira, modelos desfilaram sob os tetos de mosaico cintilante da Opera Garnier de Paris.
Durante o desfile, ternos sóbrios para os homens foram seguidos por largos ternos de linho para as mulheres, intercalados com minivestidos em cores brilhantes.
A Fashion Week de Paris vai até 2 de outubro.
Chanel leva público a praia em desfile na Fashion Week de Paris
https://i-invdn-com.akamaized.net/tr...PEE911C2_L.jpgInovando como sempres a Chanel levou o público a uma praia exótica em seu desfile nesta terça-feira, quando modelos usando chapéus de sol e o característico terninho da marca francesa desfilaram descalças pela areia, com ondas aos seus pés.
Conhecida por seus desfiles elaborados, a marca recriou uma praia no centro de exibições do Grand Palais, em Paris, com convidados da primeira fila, como o cantor Pharell Williams e a atriz Pamela Anderson, aconchegados atrás de uma duna.
Observadas por salva-vidas, as modelos exibiram vestidos de alcinha, alguns adornados com detalhes em coral ou tranças de lantejoulas em cores brilhantes, e peças de seda com estampas de guarda-sol.
A coleção primavera/verão 2019 também contou com robustas jaquetas de tweed vestidas sobre calças pretas e acessórios como luvas.
Karl Lagerfeld, estilista veterano de 85 anos da Chanel, apareceu no final do desfile acenando para a plateia em uma tenda de praia.
A Fashion Week de Paris termina nesta terça-feira.