A constelação do mundo da moda perdeu uma de suas estrelas. O estilista Pierre Cardin, nascido na Itália, como Pietro Cardino, em 2 de julho de 1922, vivendo na França desde os 2 anos, morreu nesta terça-feira (29), aos 98 anos, de causas ainda não reveladas, no hospital de Neully, a Oeste de Paris. O criador, que tem sua grife ligada aos looks associados à Era Espacial dos anos 1960, nunca vendeu seu nome nem sua marca e sempre esteve à frente de seu tempo e de sua empresa.
O designer de moda era um revolucionário em relação à tecnologia, formas e volumes em suas criações, ele também tinha um tino comercial implacável. O professor lembrou que no anos 1960, Pierre fotografou um editorial de moda em Brasília, a cidade mais moderna do mundo naquela época, criando uma relação com as formas de Niemeyer.
Cardin foi o primeiro designer a vender coleções de roupas em lojas de departamentos no final dos anos 1950 e o primeiro a entrar no ramo dos licenciamentos de perfumes, acessórios e até alimentos, hoje uma grande fonte de lucro para muitas grifes.
Na percepção de Cardin o glamour de uma marca de moda tem um potencial de comercialização infinito, seu nome estampou lâminas de barbear, utensílios domésticos e acessórios vulgares, como cuecas boxers baratas, o que causou um certo repudio em alguns colegas, que o acusavam de destruir o valor de sua marca e a noção de luxo em geral, mas ele parecia essencialmente indiferente às criticas.
Visionário, Cardin também se aventurou além da moda, comprando o lendário restaurante parisiense Maxim’s nos anos 1980 e inaugurando réplicas do estabelecimento em todo o mundo. Ele alavancou ainda mais o investimento lançando o Minim’s, uma rede de fast-food chiques que reproduzem a decoração típica da Belle Époque do restaurante original e exclusivo de Paris.
Seu império inclui perfumes, alimentos, desenho industrial, imóveis, entretenimento e até flores frescas.