O americano Mark Mobius, um dos investidores mais respeitados do mundo,
é o chairman executivo do Templeton Emerging Markets Group.
Atualização semestral dos mercados emergentes:
fase de recuperação
Como já disse várias vezes, investir nos mercados emergentes requer paciência, visão de longo prazo e seletividade na escolha de ações. Em minha opinião, muitos investidores concentram-se demais no curto prazo. Como investidores de longo prazo, vemos os episódios de volatilidade de curto prazo como oportunidades para encontrar potenciais bons negócios para nossos portfólios, e foi claramente o que aconteceu no primeiro semestre do ano. A disposição para investir nos mercados emergentes parecia estar em um nível especialmente baixo logo no início do ano, partindo de um fraco 2013.
À medida que o Banco Central (Fed) dos EUA começou a diminuir gradativamente seu programa de flexibilização quantitativa, temores de que a liquidez diminuísse e preocupações com o crescimento potencialmente mais lento na China este ano fez com que alguns investidores dessem uma pausa. As manchetes dos conflitos e da violência em países como Ucrânia, Turquia, Tailândia e Nigéria também afetaram o sentimento geral dos investidores no primeiro semestre do ano, assim como dúvidas sobre se a Rússia estava preparada para sediar os Jogos Olímpicos de inverno e o Brasil a Copa do Mundo da FIFA. Em um tom mais positivo, o mercado da Índia sentiu uma renovação de esperança pós-eleitoral, não ocorreu uma retração brusca na economia da China e a elevação do Qatar e dos Emirados Árabes Unidos, de mercados de fronteira para a classificação de mercados emergentes, parecem ter impulsionado o interesse dos investidores.
Acreditamos que os mercados emergentes em geral estão atualmente no que poderia ser classificado como uma “fase de recuperação” após a baixa performance em 2013, sem nenhum choque adicional esperado daqui para a frente. Achamos que é importante ter uma visão global como investidor nos mercados emergentes. Durante os últimos 10 anos, houve apenas três anos em que os mercados emergentes apresentaram uma performance inferior à dos mercados desenvolvidos, e o ano de 2013 foi um deles.1 No primeiro semestre de 2014, a performance dos mercados emergentes, em geral, superou a dos mercados desenvolvidos,2 e eu diria que estamos diante de um dos melhores momentos, em termos de oportunidades, da recuperação dos mercados emergentes. Além disso, achamos que vários mercados de fronteira, o subconjunto ainda menos desenvolvido dos mercados emergentes, estão especialmente atraentes no momento.
Fonte Tópico - http://exame.abril.com.br/rede-de-bl...cao/#more-4036