"ANO CHEIO"
Assolado pela pior recessão em um século, o Brasil está ansioso para expandir suas exportações e está pronto para agarrar oportunidades de comércio com os países que enfrentam retrocessos em seu acesso ao mercado dos EUA.
O comércio com o México, a maior economia da América Latina depois do Brasil, tem potencial para crescer à medida que a relação EUA-México se agrava.
"Vemos isto como uma oportunidade para ampliar nossas discussões comerciais, e espero que eles tenham a mesma visão. Seria bom para o Brasil mas sobretudo para eles porque quem está pressionado são eles", disse Pereira.
O ministro também saiu do Fórum Econômico Mundial em Davos na semana passada, convencido de que a UE está mais propensa do que nunca para chegar a um acordo com o Mercosul.
Segundo ele, um acordo poderia ser acertado politicamente no início do próximo ano, deixando questões espinhosas como a resistência francesa e irlandesa para reduzir as barreiras agrícolas a serem trabalhadas mais tarde.
O Brasil está em negociações de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio que agrupa Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein --países não membros da UE--, bem como com o Canadá.
O governo Trudeau no Canadá também sinalizou que quer negociar uma solução para uma disputa sobre os subsídios para a fabricante de aviões Bombardier que o Brasil ameaçou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), disse Pereira.
"Vai ser um ano divertido no mínimo, de bastante diálogo com esses players, para tentar substituir esse aumento do protecionismo que vem aí e agora ficou mais robusto por conta da postura do novo presidente americano", resumiu.