Ser um "flash boy" vai ser crime em Portugal
A negociação algorítmica tem vindo a crescer e já acontece nas acções negociadas na Bolsa de Lisboa. Praticá-la fora das regras vai entrar para a lista dos crimes de mercado.
A negociação algorítmica ou de alta frequência vai passar a fazer parte do conjunto de actos susceptíveis de configurar um crime de abuso do mercado. A alteração consta da proposta de Lei que transpõe para a legislação portuguesa as novas regras europeias sobre esta matéria, que reforça ainda o poder sancionatório da CMVM.
O recurso a computadores e complexos algoritmos matemáticos para desencadear ordens executadas em milissegundos, com o objectivo de gerar retornos consistentes no curto prazo, tem vindo a ganhar força desde o início do século. Os estudos apontam que este tipo de estratégia represente 55% do volume negociado nas bolsas americanas e cerca de 40% nas europeias.
Os "Flash Boys", popularizados pelo livro de Michael Lewis, são acusados de com estas práticas obterem ganhos à custa dos restantes participantes. Os defensores argumentam que este tipo de operações contribui para aumentar a liquidez do mercado e torná-lo mais eficiente.