Supostamente, um grupo de hackers estaria realizando doações para grandes instituições internacionais de caridade com dinheiro obtido com golpes de ransomware, um tipo de software nocivo (conhecido também como malware) que restringe o acesso ao sistema infectado com uma espécie de bloqueio e cobra um resgate em criptomoedas (como em um sequestro) para que o acesso possa ser restabelecido. Os criminosos, uma espécie de hackers "Robin Hood " afirmam (e postam os recibos) de cerca de US$ 20 mil em donativos para duas instituições, com presença internacional e trabalho em países subdesenvolvidos.
Entre as instituições estão a Children Internacional, organização sem fins lucrativos de combate à pobreza e que cuida de crianças carentes permitindo que cidadãos de qualquer país registrem patrocínio, pagando pelos estudos, comida e demais necessidades de uma criança em países como Filipinas, Equador, República Dominicana, Honduras, México, Guatemala entre outros. A instituição recebeu 0,88 Bitcoins, valor equivalente a US$ 10,8 mil, mas disse que não vai ficar com o dinheiro.
O grupo chamado Darkside, relativamente novo, pode ser o responsável pelas supostas doações, mas não há confirmação sobre a nacionalidade dos hackers. Segundo especialistas os golpes são aplicados apenas contra empresas gigantes, com amplo faturamento, e diz acreditar que um pouco do montante obtido como resgate deve ser repassado à caridade.
As carteiras das quais os fundos saíram receberam depósitos em grandes parcelas, o que efetivamente indica o pagamento de resgate por vítimas dos ataques de ransomware que eles afirmam terem realizado. O time também teria relação com outros criminosos conhecidos, como os responsáveis pelos ataques ao câmbio de criptomoedas Travelex, em janeiro deste ano.
Em pronunciamento oficial, a The Giving Block, que recebe doações anônimas disse não saber que as doações citadas haviam sido feitas por criminosos e que está analisando a rota do dinheiro para entender se ele este foi roubado. Se essa hipótese seja confirmada, a organização afirma que vai desfazer o processo e devolver os montantes aos donos originais, não menciona se estes seriam os hackers ou as empresas que pagaram os resgates.