O Telegram voltou ao noticiário brasileiro por conta das reportagens do portal "The Intercept" com conversas privadas dentro do app entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol, vale lembrar que o aplicativo de mensagens deu há algumas semanas uma boa cutucada em seu eterno rival, o WhatsApp.
Um artigo assinado por Pavel Durov, o russo cofundador e atual executivo-chefe do Telegram, foi publicado no site oficial do app com o provocativo título: "Por que o WhatsApp nunca será seguro". E não é uma pergunta, pois, não termina com ponto de interrogação. Durov está afirmando mesmo.
O texto foi publicado em 15 de maio, antes das reportagens do "Intercept", o texto começa recuperando duas falhas de segurança recentes envolvendo o WhatsApp: uma de maio deste ano, dava ao hacker a capacidade de vigiar remotamente os celulares-alvo por meio da câmera e do microfone do celular, além de extrair dados diversos do aparelho; e outra noticiada em outubro de 2018, que dava aos hackers o poder de travar o WhatsApp de terceiros a partir de uma chamada de vídeo.
"Backdoor" "porta dos fundos", para quem não sabe, é o termo técnico para um tipo de brecha de segurança que permita extrair dados pessoais e sensíveis de um programa ou sistema operacional sem que seu usuário se dê conta disso. Um backdoor pode ser implementado de propósito pela desenvolvedora do software.
O oposto do Telegram, o WhatsApp não é de código aberto, então não há como os pesquisadores de segurança verificarem se há backdoors em seu código. O WhatsApp não apenas publica seu código, mas também faz o oposto: o WhatsApp ofusca deliberadamente os binários de seus aplicativos para que ninguém seja capaz de estudá-los. Em outras palavras, Durov está insinuando que o WhatsApp tem meios para vigiar todos os seus usuários.
Ele alega que a criptografia do whatsapp que supostamente protege os usuários, na realidade é um "truque de marketing" e que "as chaves para decodificar as mensagens estavam disponíveis para vários governos, incluindo os russos", e alega isso com um texto do blog do programador Kevin Kennell datado de 2012.
Mas temos que ter em mente que nem tudo é perfeito, assim também é o Telegram, o app é constantemente usado por terroristas do Estado Islâmico como meio de comunicação graças justamente à sua excessiva proteção --algo muito lembrado com o WhatsApp no Brasil sendo usado por criminosos.
Válido também lembrar que um hacker gravou as conversas de Moro, Dallagnol e outros, a fonte e seus métodos estão sendo mantidos sob sigilo. O Telegram nega que o conteúdo surgiu por falha de segurança de seu app, se não for falha na segurança, seria uma colaboração com o hacker?
Até que ponto usuários do telegram tem privacidade? Seria falha de segurança no dispositivo usado ou no aplicativo?
Há muito a ser esclarecido para que aprendamos a nos proteger de invasões de hacker, mesmo não sendo um membro da lava-jato né.