A dois meses das eleições, o Facebook e o Twitter iniciaram uma campanha contra as famosas fake news. As duas redes sociais excluíram centenas de perfis, alegando que eles seriam responsáveis pela propagação de notícias falsas. Em entrevista a MONEY REPORT, Tiago Souza, professor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e especialista em mídias sociais digitais, diz que, em ano eleitoral, a atuação das redes sociais é importante para melhorar o debate. Mas ressalta: zerar as fake news é praticamente impossível.
Qual a importância da atuação das redes sociais contra as fake news?
Como estamos em ano eleitoral, é mais clara a tendência para o aumento da propagação de fake news. Além disso, a maioria das pessoas acredita naquilo que veem sem sequer buscar a fonte. Nós precisamos de ferramentas para tentar diminuir a entrega desse tipo de notícia para que nenhum candidato seja eleito por uma mentira.
Qual será a importância do WhatsApp no debate eleitoral?
Com certeza o WhatsApp será importantíssimo nessas eleições por ser uma rede que oferece mais privacidade, em que o compartilhamento de informação é muito rápido, o que facilita a disseminação de notícias. A greve dos caminhoneiros, por exemplo, foi criada e mantida via WhatsApp. As mídias sociais, de um modo geral, são fortes indutores da opinião pública.
O ministro Luiz Fux (STF e TSE) afirmou que as eleições podem ser anuladas caso o resultado seja influenciado por fake news. Você acha que isso pode mesmo acontecer?
Não acredito que isso seja possível, é um evento de magnitude nacional. O Brasil tem quase 150 milhões de eleitores e seria muito complicado refazer o processo. Assim como eu acho impossível não termos fake news no meio digital em que vivemos. É humanamente impossível acabar com o problema.