Crude Brasil apresenta leilão de exploração de petróleo no pré-sal
A diretora-geral da Agência de Petróleo do Brasil (ANP), Magda Chambriard, apresentou hoje no Japão o primeiro leilão do organismo para adquirir direitos sobre campos petrolíferos, na zona de pré-sal, a decorrer em outubro.
Em conferência de imprensa, Chambriand e Helder Queiroz, diretor da ANP, sublinharam que um maior desenvolvimento futuro da camada de pré-sal pode transformar o Brasil num dos maiores exportadores mundiais de crude.
A camada de pré-sal é um novo horizonte de exploração descoberto pela Petrobras, em áreas muito profundas do oceano Atlântico, em frente às costas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e sob uma camada de sal de dois quilómetros de profundidade.
Em junho, a produção dos 13 campos, já ativos no pré-sal, foi de 310.700 barris diários, de acordo com a ANP.
Na campanha de promoção de investimentos na indústria petrolífera e de gás brasileira, Chambriand presidiu a um seminário, que decorreu também em Tóquio, e apresentou o 12.º leilão de exploração de blocos de gás natural no interior do Brasil.
Neste primeiro concurso, apresentado na capital nipónica, serão oferecidos os direitos sobre o campo de Libra, na bacia de Santos, cujas reservas recuperáveis são calculadas entre 8.000 e 12.000 milhões de barris, lembrou Chambriand.
O contrato oferecido é de 35 anos não renováveis, com uma fase estimada de exploração de quatro anos, esperando-se que os poços já existentes comecem a produzir em 2018.
Por lei, a petrolífera brasileira Petrobras deve ser a operadora e terá uma participação obrigatória de 30%, no contrato que for assinado com a firma vencedora, para formar um consórcio.
Chambriand insistiu que a ANP estima que este campo "seja capaz de produzir um milhão de barris de petróleo por dia", no seu nível máximo, ou seja, metade da atual produção brasileira.
Isto, lembrou, vai gerar uma "grande procura de embarcações, navios de apoio ou plataformas" no Brasil, o que interessa às grandes empresas japonesas de navegação e de engenharia.
Para maximizar a exploração do Libra, a ANP prevê um investimento de cerca de 200 milhões de dólares, e a construção de entre 12 e 18 plataformas petrolíferas.
Até agora, 89 empresas de todo o mundo (entre as quais 71 brasileiras, norte-americanas e uma espanhola) mostraram interesse no contrato para explorar o Libra.
As propostas devem ser feitas até 21 de outubro, e depois de anunciado o vencedor, o contrato será assinado em novembro.