Dados de maio divulgados pela Anatel sugerem que consumidores e consumidoras estão abandonando o telefone fixo de vez no Brasil. Enquanto foi registrada queda de apenas 1,4% em relação a 2019 no número de linhas móveis, que totalizam 225,3 milhões dos contratos, o número de linhas fixas no país foi de 35,8 milhões para 31,7 milhões no mesmo período – redução de cerca de 11%.

Pedro Israel, cofundador do Melhor Plano, que oferece ferramentas que comparam diversos serviços de telecom disponíveis, explica que, apesar do cenário, incentivos de operadoras em planos combo residenciais seguraram as taxas: "Na cidade de São Paulo, foi observado um desconto de até 50% no valor da mensalidade do fixo quando contratado em um pacote combo."

Além disso, analistas da empresa apontam que o número de cancelamentos é relativamente suave porque a telefonia fixa ainda é um serviço tradicional e muito usado por empresas.

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Pré-pagos X Pós-pagos

Entretanto, a mudança de comportamento não se restringe somente à migração para linhas móveis. Entre março de 2015 e abril de 2020, a Anatel registrou queda de 46,65% na quantidade de linhas pré-pagas ativas – de 213 milhões de linhas em março de 2015 a 114 milhões em abril deste ano. Por outro lado, planos pós-pagos foram de 70 milhões em 2015 a 49,2 milhões em maio deste ano – uma queda de 29,7% no período.

Israel aponta custo-benefício e aumento de uso de internet móvel como as maiores razões para consumidores escolherem a modalidade: "Para quem usa com frequência redes sociais, assiste a vídeos e joga online, os planos pós-pagos e controle tendem a ser mais vantajosos por oferecerem uma franquia de dados maior."

A diferença de preços, claro, é expressiva: segundo o levantamento, no caso dos planos pós-pagos, o custo médio por GB foi de R$ 4,94; na modalidade controle, R$ 7,56; e, nos pré-pagos, R$ 8. “As desvantagens do pré-pago ficam evidentes à medida que o consumidor faz uso contínuo da internet móvel”, finaliza Pedro.