quinta-feira, 27 de Dezembro de 2012
Conselheiro do BCE diz que Espanha está cada vez mais longe de pedir ajuda
Luc Coene, conselheiro do BCE, assegura que as probabilidades de Espanha pedir um resgate financeiro são cada vez mais reduzidas, mas sublinha que, caso isso aconteça, terá de haver contrapartidas.
Luc Coene, conselheiro belga do Banco Central Europeu (BCE), garantiu esta quinta-feira que Espanha está cada vez mais longe de pedir ajuda financeira aos parceiros internacionais. No entanto, o responsável sublinha que, caso o país venha a solicitar um resgate, serão impostas condições.
“Se cedermos, o BCE perderá toda a sua credibilidade”, afirmou Coene, a respeito da condicionalidade dos programas de ajuda, em entrevista ao semanário “Trends”, citado pelo jornal espanhol “Expansión”.
O governador do Banco Central da Bélgica destacou os efeitos positivos do anúncio do novo programa de compra de dívida soberana por parte do BCE, acrescentando que ajudou a eliminar dos mercados o receio de que o euro poderia colapsar.
“Tirámos esse risco de cima da mesa e, para os mercados, foi um ponto de inflexão psicológica. A sua reacção continua a ser positiva, mesmo quando as probabilidades de Espanha vir a pedir ajuda são cada vez mais pequenas”, sublinhou.
Luc Coene afirmou ainda que, se algum país solicitar a activação do programa de compra de dívida terá de cumprir as contrapartidas.
“Essa é a linha que temos fixada e não podemos cruzá-la”, explicou. De acordo com o banqueiro, essa condicionalidade deriva da “lição” aprendida com o “fracasso” do anterior programa de compra de dívida do BCE, que levou a instituição a decidir que não pode dar apoio “automático e contínuo” aos países. “A forma como os políticos como Silvio Berlusconi (então primeiro-ministro italiano) abusaram dele fechou a porta”, explicou Coene.
Segundo o banqueiro, o BCE está consciente que deve intervir para salvar o euro e, por isso, procurou uma fórmula para não se tornar refém “das promessas vazias dos políticos”.
“Agora cessaremos o nosso apoio se um país não cumprir com o programa”, sublinhou. Fonte-JN