Banco Mundial: Economia mundial cresce 3,2% este ano
A economia mundial vai crescer 3,2% este ano, estabilizando nos 3,4 e 3,5% nos dois anos seguintes, um aumento substancial em relação aos 2,4% de 2013, prevê o Banco Mundial nas Perspetivas Económicas Globais.
De acordo com o documento, hoje divulgado em Washington, "a economia mundial deverá fortalecer-se este ano, com o crescimento a recuperar nos países em desenvolvimento e com as economias de alto rendimento a parecerem, finalmente, ao fim de cinco anos, ultrapassar a crise financeira mundial".
A estabilização do crescimento acima dos 3% neste e nos próximos dois anos está alicerçada não só na produção de riqueza nos países em desenvolvimento e no forte crescimento chinês, mas também pela aceleração nos países desenvolvidos, pode ler-se no relatório, que aponta risco para esse resultado otimista, entre os quais o aumento das taxas de juro e as consequências dos fins ao estímulo à economia nos Estados Unidos.
«O crescimento parece fortalecer-se quer nos países em desenvolvimento, quer nos países desenvolvidos, mas os riscos continuam a ameaçar a recuperação económica global», sintetizou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, considerando que «o desempenho das economias avançadas está a ganhar fôlego, o que deve suportar um crescimento mais forte nos próximos meses nos países em desenvolvimento».
No entanto, «para acelerar a redução da pobreza, as nações em desenvolvimento têm de implementar reformas que promovam a criação de emprego, o fortalecimento dos sistemas financeiros e lançar redes de segurança social», alertou o responsável.
O crescimento nos países em desenvolvimento vai aumentar de 4,8% em 2013 para 5,3% este ano e 5,5 e 5,7% nos dois anos seguintes, indiciando um crescimento mais baixo do que nos anos antes da crise financeira, algo que, considera o Banco Mundial, não é preocupante, uma vez que essas taxas de crescimento acima de 7% eram insustentáveis a médio prazo.
Os países desenvolvidos, por seu lado, deverão crescer 2,2% este ano, estabilizando nos 2,4% em 2015 e 2016, liderados pelos Estados Unidos da América, que deverão ver a riqueza aumentar a níveis próximos dos 3% ao ano, ao passo que na zona euro o crescimento da economia deve ficar-se pelos 1,1% este ano e 1,4 e 1,5% nos próximos dois anos.
«Os indicadores económicos globais mostram melhoramentos mas não é preciso ser especialmente astuto para ver que há perigos escondidos por baixo da superfície. A zona euro já saiu da recessão mas o rendimento individual continua a cair em vários países. Esperamos que os países em desenvolvimento cresçam acima de 5% em 2014, com alguns países a comportarem-se consideravelmente melhor, como Angola, com 8%, a China, com 7,7%, e a Índia, com 6,2%», sublinhou o economista-chefe e vice-presidente do Banco Mundial, Kaushik Basu.
O relatório sobre as perspetivas económicas globais nota ainda que «apesar de os principais riscos que preocupavam a economia mundial nos últimos cinco anos terem sido ultrapassados, os desafios subjacentes continuam» e, pior, os orçamentos, principalmente nos países em desenvolvimento, já não têm margem para manter os estímulos fiscais e orçamentais.
Assim, o Banco Mundial sugere aos líderes políticos que se concentrem, agora, na resposta que vão dar à significativa contração na atuação do sistema financeiro, visível no aumento das taxas de juro para empréstimos, na redução dos fluxos de capital e na redobrada cautela com que os bancos, de uma forma geral, encaram novos investimentos e créditos.
Diário Digital com Lusa