Em março de 2021, quando o banco central da Rússia elevou a taxa de juros pela primeira vez em três anos, a presidente da autoridade monetária, Elvira Nabiullina, a primeira mulher a comandar o banco central, umas das instituições mais respeitadas da Rússia, usou um broche em forma de falcão, que é uma imagem associada àqueles inclinados a reduzir estímulos, na mais recente de uma série de sinalizações desse tipo sobre a política monetária captados pela mídia russa.
Menos de um ano depois, Nabiullina, uma combatente da inflação, aparece vestida de preto e com o rosto sombrio, ela anunciou que estava mais do que dobrando a taxa de juros para 20% e impondo alguns controles de capital, conforme a Rússia enfrenta um isolamento econômico cada vez mais profundo devido à invasão da Ucrânia.
A expectativa é de que essa taxa emergencial seja mantida quando o banco central se reunir na sexta-feira. Mas limitar os danos do conflito pode forçar Nabiullina, que colocou a meta de inflação no centro da política monetária, fora do caminho da ortodoxia monetária.
Economistas consultados pelo banco central na semana passada projetaram que a economia vai encolher 8% este ano, enquanto a inflação chega a 20% à medida que a Rússia sofre com a reação econômica à sua invasão, que Moscou descreveu como uma operação especial.
Nabullina acredita que para sustentar o crescimento econômico, o principal objetivo é preciso baixar a inflação.