A União Europeia (UE) vai solicitar aos Estados-membros do bloco que decidam sobre a imposição de sanções à Rússia caso Moscou reconheça as autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (RPD/RPL) no leste da Ucrânia, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, nesta segunda-feira.
Borrel disse que se houver anexação, haverá sanções, e se houver reconhecimento, colocarei as sanções sobre a mesa e os ministros vão decidir.
É válido notar que a relação entre Ucrânia e Rússia sempre foi tensa e um dos principais motivos do conflito é a venda de gás natural. Mas esta história está longe de acabar.
Resumindo, existem inegáveis razões culturais e históricas. Basta lembrar que a Rússia nasce, como país, em Kiev, hoje capital da Ucrânia, o que revela os seculares laços de união entre Ucrânia e Rússia. Além disso, há uma importante questão política e econômica. A Ucrânia se encontrava num dilema: ingressar na União Europeia para receber financiamentos, empréstimos, ou fazê-los com a Rússia.
O então presidente Viktor Yanukovich não assinou o tratado de livre comércio e não ingressar na União Europeia, e preferiu estreitar as relações com a Rússia. Enquanto isso, principalmente em Kiev, havia o movimento Maidan, ou Euromaidan, favorável ao ingresso da Ucrânia na UE, que acabou derrubando Yanukovich. Quando se consolidou o novo governo na Ucrânia, começou o movimento separatista de Donbass porque eles eram e são contrários às políticas de austeridade e de restrições de direitos da União Europeia e por isso, fundamentalmente, preferem se aproximar da União Alfandegária da Eurásia, sob a hegemonia da Rússia.